Descrição de chapéu Obituário Emílio Haddad (1947 - 2022)

Mortes: Poeta e curioso, gostava de 'cronicar', de saraus e da cozinha árabe

Professor da Fau, Emílio Haddad se interessava por tudo

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São Paulo

Emílio nasceu no Líbano e chegou ao Brasil ainda bebê. Perdeu o pai na adolescência e tornou-se o apoio dos irmãos.

A vida escolar foi dividida entre os colégios Dante Alighieri e Santa Cruz. Desde essa época, exercitava o que mais sabia fazer: amizades.

"As pessoas gostavam de ficar ao lado dele, Emílio tinha bom humor. Fora que ele era generoso e culto, além de um grande contador de histórias. Sempre tinha um caso, uma anedota ou algum fato para contar", afirma o professor da FAU João Meyer, 65, um dos amigos.

Emílio Haddad (1947-2022)
Emílio Haddad (1947-2022) - Emílio Haddad no Facebook

Emílio estudou física e engenharia civil na USP ao mesmo tempo. Cursou mestrado em engenharia civil, em Stanford, e em planejamento urbano e regional na Universidade da Califórnia, em Berkeley, ambas nos Estados Unidos. Na USP, fez doutorado em arquitetura e urbanismo. Tornou-se professor da instituição e ministrou aulas na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) até se aposentar. Lá, montou um grupo de pesquisas na área imobiliária —ativo até hoje.

Ele também coordenou o programa de MBA em desenvolvimento imobiliário da Fundação para a Pesquisa Ambiental e presidiu a Associação Latino-Americana de Estudos Imobiliários.

Emílio passou, ainda, pela Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) do estado de São Paulo, pela Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação) de São Paulo, Fupam (Fundação para a Pesquisa Ambiental), entre outras empresas.

A curiosidade, sempre aguçada, o fazia se interessar por tudo. Escrevia poesias e as lia nos saraus que frequentava, segundo a arquiteta Maria Cristina Haddad Martins, 69, sua irmã. Nos encontros, servia iguarias libanesas que preparava.

Emílio gostava da culinária árabe. Fazia fatuche, homus e inventava pratos.

Ainda nas habilidades da escrita, no blog Semidesocupado, criado em 2013, exercitava uma velha paixão: "cronicar", como descrevia a prática. Lá registrou pensamentos, histórias da família e da própria vida.

Emílio estava casado havia mais de quatro décadas com Ângela Haddad. Há alguns anos, o casal perdeu o único filho. Aos 30 anos, o rapaz sofreu um infarto fulminante. Era o companheiro para as baladas de rock and roll. Os dois iam a muitos shows juntos.

Emílio sofreu uma parada cardíaca, foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, onde permaneceu internado por cerca de 15 dias. Morreu dia 2 de julho, aos 74 anos. Deixa a esposa, irmãos e sobrinhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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