Descrição de chapéu Obituário João Setim Júnior (1953 - 2022)

Mortes: Comerciante, ajudou a construir sonhos com esperança e determinação

João Setim Júnior encantou clientes e crianças pelo trabalho honesto e solidário

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Curitiba

João Setim Júnior foi adotado por seus tios em 1955, quando tinha 2 anos. Com isso, passou a ter uma expectativa de uma vida melhor.

Ele cresceu com disciplina e determinação de que as coisas iam dar certo, inclusive nas travessuras, como contava sua mãe, a professora Lucrecia da Rocha.

"Joãozinho já lambeu chaleira quente e derrubou uma serra elétrica [desligada] na cabeça. Depois subia no telhado e lá ficava até a noite", afirmava ela.

João Setim Jr foi honesto, alegre e sonhador
João Setim Jr foi honesto, alegre e sonhador - Arquivo pessoal

Sempre alegre e com uma ideia criativa na cabeça, tinha o pai, o motorista Raul Setim, como exemplo. Por isso, começou a trabalhar cedo, aos 12 anos, como balconista em uma loja de peças em Curitiba.

Aos 18, durante a ditadura militar, alistou-se no Exército, no qual serviu por dois anos. "Foi lá que aprendi a ser homem", dizia, ao mostrar suas medalhas de honra ao mérito.

Seu dom, no entanto, estava atrás dos balcões —era um vendedor nato, como diziam clientes e funcionários.

"Um patrão muito bom, tinha paciência de ensinar e dava pra ver que ele gostava muito do seu trabalho", diz a ex-funcionária Rosemeri Camargo. "Era muito calmo, alegre, gostava de conversar, aquela conversa com sabedoria. Aprendi muito com ele", afirma.

Aos 21 anos, abriu sua primeira loja, um armazém de alimentos. Foi lá, inclusive, que conheceu sua mulher. "Homem inteligente, honesto, trabalhador, pai e marido presente", recorda Angela Cabral, casada com ele por 40 anos.

Ainda nos anos 1980, passou a trabalhar em lojas de com a venda de material de construção, sempre atencioso, esperto e inteligente, segundo os amigos. "Aprendi tudo e fui montar o meu próprio negócio", falava ele, que teve três comércios no ramo.

Uma das filhas, Maria Eugênia Setim, diz que ele demonstrava o amor através do trabalho, "nas ações, para nos dar o melhor, mesmo em meio a tantas dificuldades".

Nos anos 2000, ele decidiu abrir uma mercearia em um bairro pobre de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Lá, distribuía alegria e alimentos.

João Setim foi exemplo de caráter e honestidade. Costumava dizer que ‘ninguém morre na véspera’. Não tinha medo do escuro, nem da morte. Lutou muito, mas se rendeu à sua hora, 10h52.

Morreu no dia 8 de agosto, aos 68 anos, de câncer. Deixa duas filhas e muitos sonhos pelo caminho que trilhou.

Obrigada, pai!

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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