O engenheiro Hamilton Cabral de Menezes dizia que era goiano de nascimento, mineiro por opção e paulista por necessidade. Mas costumava deixar a marca de seu carisma por todos os lugares.
De Goiás foram apenas alguns meses desde que nasceu em Caiapônia e se mudou com a família para Uberaba, no Triângulo Mineiro. E lá cresceu para depois ganhar o mundo. Primeiro morou no Rio de Janeiro, onde estudou, e depois, em São Paulo.
Foi a oportunidade de trabalho que o levou à capital paulista. Passou em concurso público e trabalhou até a sua aposentadoria, em 1996, aos 70 anos de idade, como engenheiro da Prefeitura de São Paulo, sempre trabalhando na hoje Subprefeitura Ipiranga, na zona sul.
E foi no Ipiranga que morou desde que se casou, em 1964, com Ida Terezinha, que conheceu em um baile da Poli, a Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). "Casaram-se apenas dez meses depois de se conhecerem", conta o genro, o também engenheiro Paulo Júlio Achoa Mello.
Mas as paixões de Menezes iam muito além de régua de cálculo e prancheta. Adorava esportes em geral —costumava passar muitas horas assistindo a jogos de vôlei e tênis na TV.
Torcedor do São Paulo, era fanático por Copa do Mundo. "Vestia a camisa da seleção e convidava amigos e parentes para assistir aos jogos em sua casa. Fazia uma tremenda festa", relembra o genro.
Outra paixão era viajar. Passeou, por exemplo, pela Croácia, Holanda, Bélgica e Itália.
Aos 86 anos, lembra Mello, em uma excursão à Jerusalém, alguém chamou a atenção de Ida Terezinha, enquanto ela estava em uma loja olhando lembrancinhas. "Essa pessoa perguntou a ela: aquele ali em cima de um camelo não é o seu marido?", brinca o genro. "Para ele não tinha tempo feio."
Mas o câncer de próstata que havia curado em 1998 voltou há dois anos e, desta vez, o encontrou mais debilitado.
Hamilton Cabral de Menezes morreu no último dia 4 de agosto, aos 95 anos. Além da mulher, dos filhos Hamilton Filho, Augusto e Carla, e as duas netas, deixou uma legião de amigos. Mais de cem pessoas foram até o velório na despedida do engenheiro carismático.
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