Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Polícia do RJ acha vestígio de corpo em área onde 4 jovens foram sequestrados

Restos podem ser de terceira vítima, após dois cadáveres terem sido identificados em Nova Iguaçu; investigadores suspeitam de milícia

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Rio de Janeiro

No dia em que se completam duas semanas do sequestro e desaparecimento de quatro jovens em Nova Iguaçu, agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro e militares do Corpo de Bombeiros encontraram vestígios de mais um corpo em um rio do município da Baixada Fluminense.

Técnicos do IML (Instituto Médico Legal) analisam o material coletado na água para fazer o processo de identificação e reconhecimento. Na próxima semana, parentes irão ao IML fazer a coleta do DNA. Fragmentos de roupas também foram encontrados e passarão por confirmação das famílias.

Os quatro amigos desapareceram no dia 12. Eles saíram de um condomínio no bairro Valverde, em Nova Iguaçu, e estavam em um carro de aplicativo a caminho de um shopping.

vista aérea de rio e mata
Área onde ocorrem as buscas de jovens desaparecidos em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense; dois corpos foram encontrados - Reprodução/TV Globo

No trajeto, o veículo foi interceptado por homens armados e encapuzados, que os sequestraram, segundo testemunhas. O motorista, liberado após deixar o grupo no local indicado pelos assaltantes, contou em depoimento à polícia que os jovens tiveram as mãos amarradas e os celulares confiscados.

As buscas no rio Capenga começaram na segunda-feira (22). Os corpos de dois dos quatro jovens foram encontrados no início da semana por drones que captam imagens aéreas e agentes que circulam em barcos. Mergulhadores e cães farejadores também auxiliam nas buscas.

Os corpos de Matheus Costa da Silva, 21, e Adriel Andrade Bastos, 24, foram reconhecidos pelos familiares através de tatuagens. Douglas de Paula Pampolha dos Santos, 22, e Jonathan Alef Gomes, 28, seguem desaparecidos.

O Disque Denúncia afirma já ter recebido oito ligações sobre o que pode ter motivado o sequestro dos jovens e o paradeiro dos corpos.

A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) é de que a milícia que controla bairros de Nova Iguaçu foi a responsável pelo desaparecimento, mas ainda não há a confirmação dos motivos que levaram ao crime.

O grupo é liderado por Danilo Dias Lima, o Tandera, um dos milicianos mais procurados do estado. No último sábado (20), uma operação da Polícia Civil em um sítio usado pela quadrilha terminou com a morte de quatros suspeitos, entre eles Delson Lima Neto, o Delsinho, irmão de Tandera e segundo mais importante na hierarquia.

Principal rival de Tandera, o miliciano Zinho também foi alvo de operação nesta semana, deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Oito suspeitos foram presos. Zinho não foi encontrado.

A falta de informações aflige as famílias, especialmente em razão das especulações que circulam nas redes sociais, como as que afirmam que a venda de drogas e o uso de um cartão clonado seriam os motivos do sequestro.

"Cada uma das mães conhece seus filhos. Eu conhecia a índole do meu filho. Tenho fotos do trabalho dele. Se ele fizesse essas coisas que estão falando, ele não ia acordar todo dia cedo todo dia para trabalhar. Isso dói muito, mexe muito com a gente", diz Ana Maria da Costa, 40, mãe de Matheus. O jovem trabalhava como designer gráfico e pintor.

Desde o dia do desaparecimento, familiares dos jovens fizeram um grupo no WhatsApp para acompanhar as buscas.

"Nós nos falamos todos os dias. Encontraram o corpo do meu filho e do Adriel, mas a gente continua dando força às outras famílias. Isso ajuda. Mas fato é que essa dor não vai parar nunca", diz a mãe de Matheus.

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