A prisão temporária por 30 dias dos quatro jovens que estavam no barco com Adolfo Souza Duarte, o Ferrugem, quando o ambientalista desapareceu na represa Billings (zona sul de São Paulo) na noite do dia 1º de agosto mudou o curso da investigação sobre o caso.
O corpo do ambientalista foi encontrado na manhã do sábado (6) por pescadores que auxiliavam o Corpo de Bombeiros nas buscas.
Em um primeiro momento, o caso foi registrado como morte suspeita, ou seja, quando, de início, ainda não é possível determinar a causa do óbito.
Na quarta (24), após receber o laudo produzido pelo IML (Instituto Médico Legal), a Polícia Civil passou a investigar o caso como homicídio —o documento apontou que Ferrugem morreu asfixiado, não por afogamento.
A prisão de Vithorio Alax Silva Santos, 23, Mauricius da Silva, 23, Katielle Souza Santos, 28, e Mikaelly da Silva Souza Moreno, 19, foi pedida após o laudo apontar divergência com a versão apresentada pelo grupo de que o ambientalista caiu da embarcação após um solavanco.
O que diz o laudo
Conforme o laudo necroscópico, o corpo de Adolfo Souza Duarte não apresentou sinais de afogamento, mas de asfixia mecânica. O exame externo apontou lesões no pescoço, levantado a possibilidade de Ferrugem ter recebido golpe conhecido como "gravata".
De acordo com a polícia, os suspeitos também apresentaram lesões aparentes, o que leva a crer que houve uma briga. Os jovens afirmam que, no dia do acidente, foram agredidos por pessoas conhecidas de Ferrugem.
A versão dos quatro presos
Segundo depoimentos do grupo fornecidos em 1º de agosto, um dos amigos pagou R$ 55 para que todos pudessem ingressar na embarcação e percorrer parte da represa —Ferrugem conduzia esse tipo de passeio.
Ao término da viagem, que teria durado cerca de 30 minutos, houve um solavanco, e o ambientalista e Mikaelly caíram na água, segundo essa versão.
A mulher então teria sido resgatada pelos outros tripulantes da embarcação, enquanto Ferrugem desapareceu.
Ainda de acordo com os depoimentos, um dos passageiros teria assumido o controle do barco e o levado até a margem. O grupo então pediu ajuda para frequentadores de um bar próximo. Foi neste momento que eles afirmam terem sido agredidos por conhecidos do ambientalista.
O que falta saber
Exatamente o que aconteceu na embarcação.
O que diz a defesa dos suspeitos
O advogado André Nino afirmou para a reportagem não haver base para a prisão, já que o quarteto está cooperando nas investigações. Ele sustentou que vai entrar com pedido de revogação da prisão temporária.
Família de Ferrugem
Familiares do ambientalista sempre duvidaram da tese de acidente. Eles afirmam que ele sabia nadar e conhecia a região.
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