Estudante é morto ao confundir carro do pai com veículo de guarda-civil

Guarda suspeito pelo tiro foi preso em flagrante por homicídio; caso aconteceu na Grande SP

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São Paulo

O estudante Lucas Costa Souza, 19, morreu após levar dois tiros no peito na noite de terça-feira (27), em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O suspeito da ação é um guarda-civil municipal que estava de folga.

O guarda investigado pela morte foi preso em flagrante, segundo os policiais.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do agente de segurança. Em nota, a Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Segurança Urbana, informou ter instaurado um processo de sindicância.

Carros da GCM de São Bernardo do Campo durante patrulhamento em fevereiro de 2021 -
Carros da GCM de São Bernardo do Campo durante patrulhamento em fevereiro de 2021 - - PMSBC/Divulgação

No momento do crime, Lucas voltava para casa da faculdade.

Em depoimento, o guarda-civil contou que seguia em seu carro, um Chevrolet Celta vermelho, pela avenida Senador Vergueiro e parou em um semáforo. Ele estava acompanhado da mãe, uma mulher de 57 anos. A dupla retornava de um hospital.

O guarda disse para a Polícia Civil que notou uma pessoa a pé olhando bastante para dentro do veículo. Na sequência, essa pessoa foi em direção à porta do passageiro e a abriu.

O guarda disse ter ouvido o jovem dizer algo e indicar que estava armado. Foi nesse momento que ele sacou sua pistola e efetuou dois tiros contra o peito do estudante.

Segundo o guarda, mesmo baleado, o jovem correu e jogou algo no gramado.

Após a chegada de equipes da GCM de São Bernardo, o guarda de folga retornou até o carro para verificar as condições em que estava a mãe. Ele disse que nesse momento encontrou uma arma de brinquedo ao lado do carro.

Em seu relato, disse ter entregado o simulacro para um dos GCMs que atenderam a ocorrência, afirmando que estava com o homem baleado.

Na delegacia, a mãe de Lucas disse que o pai do jovem era o responsável por buscá-lo na saída da faculdade. Ele cursava administração há três meses em um campus do Senac.

Naquele dia, no entanto, o marido atrasou depois que seu carro ficou sem gasolina. Ela então disse ter mandado mensagem para o filho, pedindo para que ele fosse até o ponto de ônibus.

O veículo da família é um Chevrolet Corsa vermelho com películas escuras, semelhante ao do guarda.

A suspeita, assim, é que Lucas tenha confundido os dois carros. A mãe do jovem disse em seu depoimento que ele pode ter aberto a porta do veículo do guarda exatamente por achar que se tratava do veículo do pai, já que costumava fazer isso. Segundo ela, o filho não estava armado.

Um perito esteve no local e constatou que o interior do veículo do guarda tinha sido revirado.

O delegado Rogerio Nunes Pezzuol, que assina o boletim de ocorrência, afirmou que o guarda atirou por acreditar que seria vítima de um roubo. Segundo o documento, ele agiu por impulso, já que Lucas não estava armado no momento em que se aproximou do veículo.

Para o delegado, o jovem abriu a porta porque confundiu o veículo com o do pai.

O boletim de ocorrência cita ainda que o guarda não viu o jovem armado e que, ao encontrar o simulacro de arma, deveria ter preservado a cena para a realização de uma perícia. O documento cita ainda que a mãe do agente, que estava no carro, também não viu uma arma com Lucas.

Erramos: o texto foi alterado

O veículo conduzido pelo guarda-civil era um Chevrolet Celta, não um Chevrolet Prisma, como publicado em versão anterior deste texto.

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