Descrição de chapéu Interior de São Paulo

Instrutor de tiros é preso após matar três cães no interior de São Paulo

Segundo advogado, suspeito é defensor de animais e teria reagido para se defender depois de cachorros avançarem contra ele em Itupeva

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São Paulo

Um instrutor de tiros foi preso em flagrante, suspeito de matar a tiros três cães que criava em sua casa, no início da noite desta quarta-feira (28), em Itupeva (73 km de SP).

Segundo a polícia, Anderson Carboneri, 43, que também é comerciante, teria presenciado uma briga entre os cachorros e atirado. Na delegacia, ele confirmou os disparos, mas negou que tivesse a intenção de matar os cachorros.

O suspeito tinha documento da posse da arma, de acordo com boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Itupeva e como confirmou o juiz Filipe Antonio Marchi Levada, em audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (29). Sua prisão foi convertida em preventiva, ou seja, sem tempo estipulado para soltura, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo.

Viatura da Polícia Militar; homem suspeito de matar seus três cães a tiros foi preso por PMs em sua casa, na noite de quinta-feira (28), em Itupeva (SP) - Danilo Verpa - 25.ago.22/Folharpess

Uma pistola 9 mm foi apreendida e, segundo a polícia, estava irregular.

O advogado Felipe de Oliveira Pereira Carboneri, filho e defensor do suspeito, afirmou que o pai, dono de farmácia em Itupeva, é ativista da causa animal e que os cães avançaram em cima dele na hora. Ele vai recorrer da decisão.

O boletim de ocorrência diz que o suspeito confessou o crime ao ser questionado na delegacia. O documento classifica o caso como praticar ato de abuso a animais.

Ainda de acordo com o documento policial, Carboneri estava em casa, no bairro Santa Isabel, quando afirmou ter presenciado os três cães brigando. Diante da cena, ele disse ter pegado sua arma e efetuado um disparo para apartar os animais. "Feito isso, efetuou outros disparos, atingindo-os", diz boletim de ocorrência.

Em seguida, conforme o registro do depoimento, o homem foi até a rua, pois acreditava que alguém poderia estar em cima do imóvel. Como não encontrou ninguém, voltou para casa.

Um vizinho que presenciou os disparos chamou a Polícia Militar. No local, os PMs que atenderam a ocorrência afirmam que encontraram o suspeito com a arma.

O homem foi levado a um hospital, por causa de seu estado de agitação, e depois para a delegacia, onde acabou preso em flagrante.

Segundo o boletim de ocorrência, foram encontrados 12 estojos de munição deflagrados ou fragmentados por causa dos disparos.

"As informações trazidas aos autos são suficientemente aptas a informar que o indigitado impôs severos maus-tratos a três cães, efetuando contra eles disparos de arma de fogo dando causa, pois, ao falecimento dos animais", escreveu o delegado plantonista Marcos Luchesi Farias.

Na audiência de custódia desta quinta-feira, o juiz Filipe Antonio Marchi Levada cita que Carboneri possui autorização do Exercito e da Polícia Federal para a manutenção de armas.

O magistrado determinou comunicação do crime ao "Ministério da Defesa e à Polícia Federal para que adotem as providências cabíveis".

"Foi mostrado à PM, ao delegado e ao juiz que todas as armas deles estão regulamentadas e registradas", afirmou o defensor. "Ele é instrutor de tiro reconhecido pela Polícia Federal. No que se relaciona à posse de arma, ao armamento, está tudo dentro da lei", disse.

O advogado diz que no início da noite de quarta-feira o pai havia acabado de chegar em casa, do estante de tiro, e que dois dos diversos cães que recolheu da rua estranharam a sua presença e avançaram contra ele.

"Aí começou uma confusão entre os cachorros e ele, para se defender, resolveu neutralizar os animais. Foi uma fatalidade, ele não saiu atirando em todos os animais", afirma.

Felipe Carboneri afirma que o pai é bastante conhecido na cidade do interior paulista, de população estimada em cerca de 64 mil pessoas, por fazer trabalho social em prol da causa animal. E que costuma recolher cães abandonados, além de distribuir rações e medicamentos. "Ele leva os animais para casa, castra, trata e depois doa, dá uma destinação", diz.

Segundo o advogado, no recurso à Justiça ele vai levar provas do ativismo do pai.

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