Descrição de chapéu Folhajus feminicídio

Ministério Público cria ouvidoria para acelerar atendimento de violência contra mulheres em SP

Novo canal busca oferecer comunicação direta para vítimas, que poderão fazer denúncia de forma sigilosa

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São Paulo

O Ministério Público de São Paulo inaugurou a Ouvidoria das Mulheres. O novo canal, lançado na segunda-feira (12), busca fortalecer os enfrentamentos às violências de gênero, oferecendo a vítimas um canal de comunicação direta com a Promotoria.

Entre as atribuições do órgão estão receber informações relacionadas à violência contra a mulher, encaminhar manifestações aos membros competentes, prestar esclarecimentos sobre providências adotadas em cada caso e estimular a integração com outras entidades, tanto públicas quanto privadas.

Protesto contra violência contra mulheres em São João de Meriti (RJ), em julho
Protesto contra violência contra mulheres em São João de Meriti (RJ), em julho - Eduardo Anizelli - 13.jul.2022/Folhapress

A promotora de Justiça Silvia Chakian, que assume a nova ouvidoria e também coordena o Navv (Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência), afirma que o canal representa um avanço na garantia de um atendimento mais sério e rápido com o Ministério Público, órgão responsável pela ação penal e de responsabilidade de atores de violência e políticas públicas.

"Agora, as mulheres têm um canal direto de comunicação fácil e rápido e recebem resposta do que foi feito em seus casos. É uma forma de aprimorar o trabalho de garantia dos direitos das mulheres vítimas de violência", diz ela.

Antes, o Ministério Público contava com uma Ouvidoria Geral, que tem uma demanda alta. Com a Ouvidoria das Mulheres, é possível realizar denúncias não apenas de violência doméstica, mas de qualquer tipo de violência de gênero, como assédio sexual.

É possível que a nova ouvidoria seja acionada de três formas: em que a pessoa se identifica; de forma sigilosa, em que o denunciante se identifica, mas pede segredo dos dados; e na anônima, em que não é necessário que haja identificação para que os encaminhamentos sejam realizados.

Além disso, é possível que uma pessoa use o canal para denunciar qualquer serviço da rede de atendimento. Por exemplo, a pessoa pode acionar a nova ouvidoria se buscar uma delegacia para realizar uma denúncia e não conseguir fazer um boletim de ocorrência ou se receber atendimento ruim em algum outro órgão.

O Conselho Nacional do Ministério Público já possui uma Ouvidoria da Mulher. Chakian, porém, afirma que o canal em âmbito federal repassa as ocorrências aos órgãos nos estados. "[Agora] A pessoa não precisa ir a Brasília para que o encaminhamento volte a São Paulo. O ideal é que a população de São Paulo use esse canal para que a gente preencha o prazo, inclusive, de resposta de encaminhamento", diz.


Como denunciar?

  • No caso de urgência, ligue para o 190
  • Para atendimento multiprofissional, em São Paulo, vá a Casa da Mulher Brasileira (r. Vieira Ravasco, 26, Cambuci, tel.: 3275-8000) —local funciona 24 horas todos os dias. A mulher tem acesso a delegacia, Ministério Público, Tribunal de Justiça e alojamento provisório se a pessoa não puder voltar para casa.
  • Na Ouvidoria das Mulheres, por meio de um formulário online
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