Descrição de chapéu Obituário Gustavo Alberto Bouchardet da Fonseca (1956 - 2022)

Mortes: Dedicou a vida à conservação da natureza

Gustavo Fonseca foi um grande colaborador da Fundação SOS Mata Atlântica

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

No Brasil, é difícil falar em biodiversidade e mata atlântica sem mencionar o biólogo e diretor de Programas do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), o professor e cientista Gustavo Fonseca.

Ele morreu dia 31 de agosto, aos 65 anos, após um infarto, e deixou um legado inspirador para a biologia, a ciência e a conservação da biodiversidade brasileira e mundial.

Mineiro de Belo Horizonte, atualmente Gustavo morava em Washington (EUA) com a família.

Gustavo Bouchardet da Fonseca (1956-2022)
Gustavo Bouchardet da Fonseca (1956-2022) - Conservação Internacional CI-Brasil no Facebook

O biólogo deu aulas na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) por 21 anos e ajudou a fundar o programa de pós-graduação em ecologia, conservação e manejo da vida silvestre.

Graças a ele, o United States Fish and Wildlife Service, agência do governo dos EUA, financiou algumas dissertações e teses dos alunos.

Referência global na área de conservação da biodiversidade, foi vice-presidente-executivo da Conservação Internacional.

"Ele foi um grande colaborador da Fundação SOS Mata Atlântica. Em 1990, participou do primeiro Workshop Mata Atlântica promovido pela instituição. Gustavo esteve entre os especialistas que definiram o conceito do bioma mata atlântica, que subsidiou a política de conservação e a lei aprovada em 2006", diz Marcia Hirota, presidente da fundação.

O biólogo também apoiou e colaborou com a avaliação do Atlas da Mata Atlântica, desenvolvido em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

"Além de difundir, ele ajudou na geração de conhecimento sobre mata atlântica. Sempre colocou os alunos de mestrado e doutorado para contribuir conosco. Trouxe a ciência para subsidiar o trabalho de conservação da biodiversidade da mata atlântica. Era um amigo e uma grande referência para nós na universidade e nas organizações; um importante cientista e profissional. Mesmo no exterior, sempre colaborou com o Brasil", afirma Marcia.

"Ele foi um grande amigo e mestre. Sua paixão pela conservação fez com que extrapolasse rapidamente as fronteiras da academia e levasse inovação para as grandes organizações não governamentais, sempre com os seus alunos", diz a bióloga Monica Fonseca, mestre em ecologia e conservação pela UFMG. "Nós, os amigos, perdemos uma grande companhia, uma pessoa inteligente, sagaz e divertida."

O último trabalho de Gustavo com a Fundação SOS Mata Atlântica foi o prefácio do livro "30 Anos de Conservação do Hotspot de Biodiversidade da Mata Atlântica: desafios, avanços e um olhar para o futuro". Lançada em 2022, a publicação foi organizada pelo biólogo Luiz Paulo Pinto e pela Marcia Hirota.

Gustavo escreveu mais de 170 artigos e livros. E colecionou prêmios: Ordem da Arca de Ouro, do governo da Holanda; Oliver Austin; e o de Proteção Ambiental, do Governo de Minas Gerais. O biólogo deixa a mulher Gláucia, os filhos Bruno, Lucas e Caio, e o neto Bernardo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.