Descrição de chapéu Obituário Newton Flora (1931 - 2022)

Mortes: Operário da notícia, jornalista foi exemplo para gerações

Newton Flora trabalhou durante 33 anos na Rádio Bandeirantes, em São Paulo

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São Paulo

"Jornalista só pode ser chamado de jornalista quando tem credibilidade." A frase é do paulistano Newton Flora, repórter que deixou o nome marcado na história da comunicação.

Em 1965, iniciou na Rádio Bandeirantes AM. Foi radioescuta, redator do programa Titulares da Notícia e o primeiro repórter de O Pulo do Gato, apresentado por José Paulo de Andrade (1942-2020).

Ainda na Band, onde permaneceu até 1998, foi o único repórter fixo do programa O Trabuco, comandado por Vicente Leporace (1912-1978). Na Redação, era conhecido como operário da notícia.

Newton Flora (1931- 2022), o sobrinho, Luis Flora, a filha, Márcia Flora ( de blusa estampada) e Nuria Sanchez, esposa de Luis
Newton Flora (1931-2022), o sobrinho, Luis Flora, a filha, Márcia Flora (de blusa estampada) e Nuria Sanchez, esposa de Luis - Arquivo pessoal

Flora comandou um jornal na rádio América AM e assumiu um horário na Trianon AM, onde fez sucesso com o De Olho na Notícia. O programa foi produzido e transmitido do próprio estúdio, na rua Vergueiro, Vila Mariana, zona sul paulistana, e depois conquistou espaço em uma TV comunitária.

Newton também atuou em jornal de bairro e foi repórter na TV Cultura e assessor de imprensa.

Apaixonado por ler e escrever, foi um leitor voraz de jornais impressos de São Paulo e de outros estados.

Durante sua trajetória, acumulou coberturas jornalísticas importantes, como os incêndios nos edifícios Andraus, Joelma e Grande Avenida, na capital paulista, e cobriu política e educação, área pela qual era apaixonado.

"Meu tio era obcecado pela verdade. O chato, o questionador, como o jornalista deve ser. Ele não aceitava a primeira resposta. Rígido na apuração e dedicado ao trabalho, preocupava-se em informar com credibilidade. Era amoroso, sempre aberto e gentil com todos, inclusive ao compartilhar suas experiências; por outro lado, muito exigente consigo e com a sua equipe. Não se importava em ensinar dez vezes, se fosse preciso, mas cobrava o aprendizado. A vida dele era o jornalismo e o rádio", afirma o jornalista e advogado Luís Francisco Flora, 56, seu sobrinho.

Aos 88 anos, a doença de Alzheimer começou a se manifestar. Com o estado de saúde debilitado, os antibióticos não faziam mais efeito contra as infecções.

Newton Flora morreu dia 30 de agosto, aos 90 anos. Divorciado, deixa duas filhas, dois netos, um bisneto e sobrinhos.

"Tenho orgulho de quem ele foi. Como legado e exemplo de vida, deixou a importância de acreditar nos sonhos, apurar sempre, ouvir todos os lados, questionar e dizer a verdade para não perder a credibilidade", diz o sobrinho.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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