Polícia paulista apura se mulher foi morta por negar beijo a integrante do PCC

Cuidadora de idosos já havia sido sequestrada após resistir a assédio e passou dez dias escondida

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São Paulo

A polícia de São Paulo está à procura da cuidadora de idosos Karina Bezerra, 26 anos, desaparecida desde 25 de agosto. Segundo o Deic (Departamento Especial de Investigações Criminais), a mulher foi morta por integrantes da facção criminosa PCC por ter se recusado a beijar um integrante do grupo.

A suspeita de que a jovem foi assassinada em Paraisópolis (zona sul da capital paulista) cresceu após a prisão de três pessoas na última quarta-feira (14). Com eles foram encontradas drogas e uma arma. A ação foi realizada por policiais da 5ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos).

Ao todo, desde o início das investigações, 12 pessoas suspeitas de participarem do crime foram presas.

A cuidadora de idosos Karina Bezerra, que segundo a polícia está desaparecida desde 25 de agosto; delegacia investiga se ela foi morta após ser "julgada em tribunal do crime" do PCC - Reprodução/Facebook

Segundo os policiais, a cuidadora de idosos teria sofrido o assédio em 15 de agosto, quando estava uma adega na estrada Dom João Nery, no Itaim Paulista, na zona leste.

A cuidadora, conforme os policiais, acabou sequestrada naquele mesmo dia e levada para uma espécie de julgamento realizado por integrantes da facção criminosa. Ela só sobreviveu na ocasião porque foi resgatada por policiais militares.

A polícia não detalhou exatamente como encontrou a jovem naquele dia, apenas informou que nove pessoas foram presas na ocasião.

Suspeitos de participarem de "tribunal do crime" que julgou cuidadora de idosos à morte, na zona leste de São Paulo, ao serem presos na última quarta-feira (14); a mulher, desaparecida desde 25 de agosto, teria negado beijar um integrante do PCC - Reprodução

Com isso, a mulher se escondeu por dez dias, mas foi sequestrada novamente quando voltou para casa após esse período e nunca mais foi vista. Em mensagens de áudio interceptadas pela polícia, uma pessoa diz que ela seria levada para um "tabuleiro", como é chamado os supostos julgamentos realizados pelo PCC.

Os agentes responsáveis pelo caso disseram que a investigação teve como alvo principal um homem que se intitulou auditor de drogas e disciplina, termo usado para identificar criminosos responsáveis por impor as regras da facção criminosa. Ele, seguindo a polícia, admitiu ter participado do julgamento da mulher.

Ainda segundo a polícia, não foi este homem que cometeu o assédio inicial contra Bezerra.

As investigações continuam para localizar a cuidadora desaparecida e identificar os demais integrantes que teriam participado do crime .

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