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Acidente com o voo AF447 teve impacto em melhoria da segurança aérea

Tragédia no voo do Rio de Janeiro a Paris matou 228 pessoas no oceano Atlântico, em 2009

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RFI

Independentemente da sentença do julgamento da Air France e da Airbus no caso do acidente do voo AF447, que começou nesta segunda-feira (10), em Paris, a tragédia já teve um impacto importante na melhoria da segurança aérea no mundo. O avião, que fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, caiu em 1º de junho de 2009 no oceano Atlântico causando a morte de 228 pessoas.

Para especialistas e profissionais da aviação entrevistados pelo jornal La Croix, poucos acidentes causaram uma evolução tão importante nos procedimentos de segurança. Além de melhorias no material, a catástrofe também provocou questionamentos sobre a formação dos pilotos.

Destroço do avião da air France que caiu no oceano Atlântico em viagem do Rio de Janeiro para Paris, na França, matando 228 pessoas
Destroço do avião da Air France que caiu no oceano Atlântico em viagem do Rio de Janeiro para Paris, na França, matando 228 pessoas - Marinha Brasileira - 8.jun.09/AFP

Na noite da tragédia, as sondas de velocidade Pitot presentes no Airbus A330, que permitem aos pilotos controlar a velocidade do avião, congelaram e enviaram informações incoerentes para os pilotos. Mas, desde o acidente, a regulamentação internacional sobre estes instrumentos evoluiu.

Hoje, um sistema de emergência de avaliação da velocidade que não depende de captores existe em todas as aeronaves, lembra o consultor de aeronáutica Xavier Tytelman, entrevistado pelo jornal La Croix. Além disso, aviões de última geração passaram a contar também com captores de velocidade nos motores e as sondas usadas devem ser fabricadas por diferentes construtores.

A formação e o treinamento dos pilotos também foram profundamente revistos. As sessões de simulação de voo colocam os pilotos em situações praticamente impossíveis e imprevistas pelos construtores. A maioria das companhias também passou a considerar o fator humano diante de situações anormais ou de emergência.

Para especialistas, o drama do Rio-Paris, o pior na história da Air France, elevou a segurança aérea a um nível excepcional.

Tenacidade

O jornal Le Figaro destaca a tenacidade dos familiares das vítimas, que conseguiram colocar no banco dos réus duas das maiores empresas francesas.

Em 2019, o Tribunal de Grande Instância de Paris arquivou o caso por considerar que não havia provas suficientes contra a Air France e a Airbus, o que causou a revolta das famílias que apelaram da decisão.

Em maio de 2021 o Tribunal de Segunda Instância de Paris ordenou que a construtora e a companhia aérea voltassem ao tribunal por homicídio culposo.

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