A Polícia Civil do Rio Grande do Sul tenta identificar dois homens acusados de espancar e assaltar um jovem de 24 anos, em Porto Alegre, durante um encontro marcado por meio de aplicativo de relacionamento, na quinta-feira (6).
A vítima recebeu a dupla em seu apartamento, como haviam combinado pelo aplicativo. Segundo a delegada Andrea Mattos, titular Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância da Capital, após beber cerveja, o trio seguiu para o quarto, onde os criminosos anunciaram o assalto.
O jovem, ainda de acordo com a polícia, levou uma coronhada na nuca, foi amarrado e agredido até fornecer a senha do aplicativo do banco para os suspeitos, que realizaram transferência no valor de R$ 10,4 mil.
Após ficarem 40 minutos no apartamento da vítima, os criminosos ainda fugiram levando R$ 1.000 em dinheiro que encontraram no local.
"Já recolhemos imagens, digitais, fizemos contatos com o banco e com a empresa de transporte que os levou até o apartamento. As imagens das câmeras podem ajudar no reconhecimento", disse Mattos.
Ainda segundo a delegada, há relatos de que outras pessoas possam ter sido vítimas da dupla no mesmo aplicativo, mas não existem registros oficiais dos crimes. "Faço um apelo para que possíveis vítimas se direcionem à delegacia e realizem o registro", disse.
Em relato à polícia, o jovem disse que já havia marcado outros encontros pelo aplicativo e que não teve problemas.
Após o crime, a vítima precisou de atendimento médico, mas não precisou ser internada.
Os crimes relacionados a falsos encontros em aplicativos de relacionamento têm crescido no país. Reportagem publicada pela Folha mostrou que os casos de extorsão mediante sequestro dispararam neste ano na capital paulista e na Grande São Paulo. Parte deste aumento, segundo a polícia, está ligado a episódios em que criminosos utilizam perfis falsos em aplicativos de namoro para atrair as vítimas.
De janeiro a junho deste ano, houve 15 ocorrências nessas duas regiões, o equivalente a 88% dos casos do estado no período. A soma supera a do mesmo período de 2020 e 2021 e, também, a do primeiro semestre de 2019, ano pré-pandemia de Covid, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública.
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