Menino de 12 anos pede ajuda para comprar gás e comida em Praia Grande (SP)

Relato foi compartilhado em página da cidade; mãe, que está desempregada, cozinhava com álcool

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Campinas

Um menino de 12 anos, morador em Praia Grande, no litoral paulista, causou comoção na internet ao relatar o drama que a família passa para sobreviver. Ele contou que a mãe, sem emprego fixo, estava cozinhando o pouco de comida que tinham com álcool, já que o gás tinha acabado havia dias e ela não tinha dinheiro para comprar.

O adolescente enviou, na terça-feira (18), um vídeo da mãe cozinhando para uma página que faz postagens sobre a cidade. "Eu só tenho 12 anos e estou vendo minha mãe sofrer", escreveu. "Acabou o gás e a gente não tem muita comida", contou na mensagem.

Montagem com uma panela em chamas à esquerda e as pernas de uma criança do lado direito
Imagem compartilhada por garoto mostra fogão com panela improvisada para produzir chamas com álcool; à dir., ele e um de seus irmãos - Mil Grau na Tela no Facebook

A mãe do garoto, Andréia, 44, desempregada, conta que não viu quando o filho fez a filmagem.

"Ele sabe que não gosto de foto e vídeo e fez escondido. Ele fez isso porque viu que a gente está passando por dificuldade muito grande. Eu faço uma gambiarra com uma panela e a grade do fogão e cozinho com álcool", explica.

No dia da filmagem, Andréia conta que cozinhava arroz, feijão e hambúrgueres, e se queimou quando colocou fogo no álcool.

A mãe e os cinco filhos menores vivem na parte de cima de um sobrado no Jardim Glória, em Praia Grande. A casa tem dois quartos, um banheiro e um cômodo que funciona como sala e cozinha.

"Custa R$ 500, mas está atrasado há três meses e o dono toda hora manda a gente sair. Mas eu não tenho para onde ir. Eu não sei o que fazer", diz Andréia.

A chefe da família não tem emprego fixo e faz trabalhos esporádicos separando recicláveis em um galpão da cidade.

"Quando me chamam eu ganho R$ 6,25 por dia. Mas já tem quatro dias que não me chamam. Para sobreviver é tão complicado que nem sei como explicar", diz.

A mulher tem oito filhos. Os três adultos moram em outros lugares, mas não têm condições de ajudar muito.

"Meu filho mais velho é ajudante de pedreiro e mora em Curitiba, no Paraná. Ele mandou o dinheiro do gás, consegui comprar ontem. Mas minhas duas filhas não têm condições. Uma delas tem cinco filhos", conta.

Depois que o caso ganhou repercussão, ela já recebeu duas cestas básicas, uma para ela e outra para a filha também em dificuldades.

O marido de Andréia era mecânico autônomo e morreu de infarto aos 55 anos em fevereiro. "A gente passava aperto, mas depois que ele morreu nem sei explicar, piorou demais.

A Prefeitura de Praia Grande informou que a moradora deve procurar o Centro de Referência de Assistência Social.

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