Descrição de chapéu Obituário Rafael Tadeu dos Santos Lima (1956 - 2022)

Mortes: Levou a música paraense para o mundo

Rafael Lima também se apresentou no Canadá e em alguns países da Europa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Rafael Lima começou a mostrar seu talento como cantor, compositor e violonista ao se apresentar dentro de igrejas.

Nascido em Belém (PA), ele se tornou órfão ainda criança —perdeu o pai aos três e a mãe aos nove anos—, e cresceu com os dois irmãos numa família marcada pela música.

Politizado, lutou contra a ditadura militar quando trabalhou no jornal Resistência. Na década de 1970, foi um dos fundadores da banda Sol do Meio-Dia.

Rafael Tadeu dos Santos Lima (1956-2022)
Rafael Tadeu dos Santos Lima (1956-2022), à esq. - Rafael Lima no Facebook

"Os demais componentes do grupo e amigos, Walter Freitas, Albery Albuquerque e Joãozinho Gomes, tiveram importância fundamental para a história do meu pai", diz a cantora Ju Abe, 38.

No início dos anos 1980, Rafael deixou a banda e se mudou para São Paulo após ser aprovado em um concurso do Banco Central. Logo, porém, decidiu voltar para a música e seguir carreira solo.

Na capital paulista, Rafael fez vários shows. Um dos primeiros trabalhos foi a participação no Projeto Pixinguinha Nacional, com Belchior.

No exterior, o artista se apresentou também no Canadá e na Europa —incluindo em festivais na Suíça, na Itália e na Espanha.

O artista lançou os álbuns "Arribadas", "Apuí" e "Brasil, 500 years, so what?", além de dois registros ao vivo na Suíça: "Rafael Lima live at bierhubeli" e "Rafael Lima live at Montreux". Gravou ainda "Nômade" e "Sinal Aberto" em Belém, mas só o primeiro foi lançado.

Em 2021, o single "O Bruto" ganhou videoclipe com críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Outros dois videoclipes foram lançados em 2022, ambos com tom político: "Gotas de Sol" (sobre a esperança de dias melhores) e "Pau Torando" (um chamado contra a opressão na periferia).

Engajado em causas sociais, Rafael ministrava oficinas de violão a jovens em situação de vulnerabilidade social. Inquieto, teimoso e de fé inabalável, ele Rafael era querido por todos.

Foi um pai e marido amoroso. O músico morreu dia 7 de outubro, aos 65 anos, em decorrência de um tumor no cérebro. Deixa a mulher e três filhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.