Descrição de chapéu Obituário Fernando Fragoso (1950 - 2022)

Mortes: Professor e advogado, defendeu presos políticos e a liberdade

Fernando Fragoso morreu aos 72 anos, de câncer no pâncreas

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São Paulo

O carioca Fernando Fragoso teve o primeiro contato com a advocacia aos 17 anos, quando começou a trabalhar com o pai, o advogado e jurista Heleno Cláudio Fragoso (1926-1985).

Depois disso, ele entrou no curso de direito da Universidade do Estado da Guanabara (atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Lá, se formou em 1973 e também fez mestrado em direito público.

Em paralelo à advocacia, Fernando seguiu a carreira acadêmica. Era professor titular da cadeira de direito penal da Universidade Candido Mendes desde 1981 e da pós-draduação em direito penal econômico da FGV.

Fernando Fragoso morreu dia 8 de outubro, aos 72 anos, de câncer de pâncreas.

Fernando Fragoso (à dir.) com os filhos Christiano (no meio) e Rodrigo
Fernando Fragoso (à dir.) com os filhos Christiano (no meio) e Rodrigo - Arquivo pessoal

Desde 1986, Fernando era membro do IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros), entidade que presidiu duas vezes. Também foi membro das comissões de direito penal e de propriedade intelectual. Foi também vice-presidente, secretário-geral e conselheiro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio de Janeiro.

"O país perdeu um grande brasileiro e a advocacia nacional e internacional um dos seus maiores advogados. Fernando honrou a tradição dos grandes criminalistas comprometidos com as liberdades", afirmou o presidente nacional do instituto, Sydney Sanches.

Atualmente, Fernando presidia a FIA (Federação Interamericana de Advogados), sediada em Washington (EUA).

Ao lado dos filhos, Christiano, 46, e Rodrigo Fragoso, 45, era sócio do escritório Fragoso Advogados. "Meu pai foi muito importante para a classe. Ele trabalhou na defesa de presos políticos e migrou para uma advocacia penal econômica, de crimes empresariais", diz Christiano.

"Carinhoso e ao mesmo tempo rigoroso, meu pai era exigente nos estudos e no trabalho. Preocupava-se em dar bons exemplos de dedicação. O mote dele era estudar e trabalhar como caminho para a realização pessoal e profissional", afirmam os filhos.

"Ele costumava dizer ‘não se preocupem em obter recompensas financeiras, porque isso vem com o tempo e o aprimoramento profissional’. Sempre ouvimos isso dele e vamos levar para sempre. Outra lição muito forte que nos deixou foi a preocupação em fazer advocacia discreta, ética, técnica e combativa. Isso o define bem."

Autor de inúmeros trabalhos jurídicos, Fernando era ainda membro do Conselho da International Criminal Bar e tinha licença para atuar perante o Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda.

Membro do Conselho Científico do Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e o Tratamento do Delinquente), fazia parte também do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, da Associação Internacional de Direito Penal (Paris) e da Sociedade Internacional de Defesa Social.

"Ficam a disciplina; o caráter; a coragem de dizer as coisas como elas são, com firmeza, clareza e elegância, sem temer eventual retaliação; e a independência absoluta em relação à sua atividade como advogado", afirmam os filhos.

Fernando amava a família e os muitos amigos que conquistou ao longo da vida. Adorava viajar, mergulhar no mar e ir a sua casa em Angra dos Reis.

Ele deixa a atual mulher, Christina, os filhos Christiano e Rodrigo, as noras Nathalie e Cristiane, e seis netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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