Descrição de chapéu Obituário Benedito Cintra (1953 - 2022)

Mortes: Líder comunitário, fez história no PCdoB

Benedito Cintra lutou pelos trabalhadores e contra a ditadura militar

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São Paulo

Benedito Cintra nasceu na Brasilândia, zona norte paulistana, onde aflorou o talento precoce para a liderança comunitária e a política.

Dono de uma trajetória impecável, foi um dos militantes mais importantes da história do PCdoB, ao qual se dedicou por mais de quatro décadas. Lutou pelos trabalhadores e contra a ditadura militar.

Cintra foi mecânico da extinta CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) e servidor da Caixa Econômica Federal. Aprovado duas vezes na USP (Universidade de São Paulo), em direito e história, não concluiu os cursos.

Benedito Cintra (1953-2022)
Benedito Cintra (1953-2022) - André Cintra no Facebook

Articulador de lutas comunitárias, em 1976, aos 23 anos, candidatou-se a vereador. Com boa votação, ficou na primeira suplência.

Até 1978, assumiu como vereador por dez vezes, ao cobrir licença de outros vereadores. Em 1979, ficou de forma permanente até ser eleito deputado estadual, em 1982.

Benedito deixou várias contribuições: como dirigente do PCdoB e do Sindicato dos Bancários, em São Paulo, fundador da Unegro (União de Negras e Negros pela Igualdade) e diretor do Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Unidos do Peruche.

Durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, de 2003 a 2010, foi assessor da Presidência da República e um dos idealizadores e articuladores do Estatuto da Igualdade Racial, segundo o jornalista André Cintra, 42, um dos sobrinhos.

Para a família, Benedito Cintra era o Ditinho, o tio carinhoso, engraçado parceiro, leal.

"Ele demorou para ser pai e eu sou o sobrinho mais próximo. O gosto por Fórmula 1, futebol e política criou uma proximidade grande entre nós. A primeira vez que estive no zoológico e no cinema, foi ele quem levou. Ele foi meu grande conselheiro político. Eu me tornei militante e dirigente do PCdoB", afirma André.

Tio Ditinho sempre foi uma figura atípica, fora da curva para os jovens da época. Na adolescência, organizava partidas de xadrez entre os amigos da escola ou vizinhos. Interessado, sabia tudo sobre o jogo.

Leitor voraz, era obcecado por histórias de guerras. Também adorava astronomia e samba. A partir dos anos 1980, sua casa serviu de ponto de encontro para a família e os amigos para ouvirem samba.

Benedito Cintra morreu dia 18 de outubro, aos 69 anos, de câncer. Deixou a companheira, um filho e sobrinhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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