Descrição de chapéu Obituário Arnoldo Silva (1932 - 2022)

Mortes: Apaixonado por música, compôs mais de 200 canções

Obras de Arnoldo Silva foram eternizadas nas vozes de artistas como Elza Soares, Jackson do Pandeiro e Martinho da Vila

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São Paulo

Arnoldo Silva era conhecido por transformar a vida das pessoas com seus conselhos, alegria e músicas.

O sambista nasceu em 1º de dezembro de 1932, em Castelo (ES), mas sempre se considerou cachoeirense por ter sido registrado em Cachoeiro de Itapemirim, também no Espírito Santo.

Influenciado pelo pai, um sapateiro que tocava violão, ele sempre se interessou por música. Já aos dez anos mudou-se para a casa de uma tia no Rio de Janeiro para buscar os seus sonhos.

O musico Arnoldo Silva
O músico Arnoldo Silva (1932 - 2022) - Arquivo pessoal

Por lá, passou a frequentar escolas de samba e aos 12 anos entrou para a bateria da Estação Primeira de Mangueira. Aos 14, criou sua primeira composição para a escola. Tempos depois, o músico foi convidado pela ala de compositores da Acadêmicos do Salgueiro para conhecer a escola e criar um samba para eles. Foi quando nasceu a letra de "Sou batuqueiro, sim", a porta de entrada para ter seu nome consolidado neste universo.

A partir daí, foi sucesso atrás de sucesso. Arnoldo compôs mais de 200 músicas ao longo da vida, que foram eternizadas por vozes como as de Elza Soares, Jackson do Pandeiro, Martinho da Vila, Vanderlei Cardoso e Odair José.

"Arnoldo sempre esteve muito enraizado nas escolas de samba. Ele foi campeão cinco vezes no samba-enredo pela Unidos de Lucas, em Petrópolis, e recebeu do governo do Rio de Janeiro o diploma de Bons Serviços Prestados na década de 1980", conta Jefferson Pires, filho de Arnoldo.

Além da música, o compositor trabalhou por quase 40 anos na antiga Cerj (Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro).

"Meu pai deixou um legado de amizade e carinho pelo próximo e muito amor à música. Ele compunha sem esperar resultados financeiros, fazia porque ele amava a música e seu inseparável violão, que o acompanhava em todos os lugares", diz Jefferson.

No início dos anos 2000, Arnoldo retornou para Cachoeiro, onde seguiu se dedicando às canções até o fim da vida. Gravou dois álbuns de estúdio em 2009 e 2016 e estava trabalhando para lançar seu terceiro. Ele perdeu a primeira esposa em 2017 e no ano seguinte casou-se novamente.

Em setembro de 2021, Arnoldo criou uma web rádio para dar oportunidade aos jovens capixabas de trabalharem com rádio e locução. O local funcionava no andar de cima de sua casa.

Arnoldo morreu em 23 de outubro, a quase um mês de completar 90 anos, devido a um quadro de insuficiência cardíaca. Deixou esposa, um filho e dois netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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