Descrição de chapéu Obituário Cláudio Roberto Andrade de Azeredo (1952 - 2022)

Mortes: Parceiro de Raul Seixas, foi o verdadeiro 'maluco beleza'

Cláudio Roberto Andrade de Azeredo compôs mais de 30 músicas ao lado do pai do rock brasileiro

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São Paulo

A história da música brasileira não seria a mesma sem Cláudio Roberto Andrade de Azeredo, ou simplesmente, Cláudio Roberto. Nascido em 28 de maio de 1952, no Rio de Janeiro, o compositor escreveu mais de 30 músicas ao lado do cantor Raul Seixas (1945-1989).

Aos 11 anos, Cláudio conheceu Raul ainda criança, na década de 1960, quando o cantor foi passar as férias na casa de uma tia, no bairro do Leblon, na capital fluminense. Ele foi apresentado a Raul através da prima Heloisa Seixas e, mesmo com a diferença de sete anos de idade, os dois se tornaram amigos.

Na sequência, a amizade se transformou também em parceria musical. A primeira canção composta pela dupla foi "I don't really need you anymore" (1968), que só seria lançada 20 anos depois. A primeira a ser de fato gravada foi "Novo aeon", lançada em 1975 no disco de mesmo nome.

Cláudio Roberto Andrade de Azeredo (1952 - 2022) - Arquivo pessoal

A amizade entre os dois era tão forte que Cláudio foi o primeiro compositor a escrever um álbum inteiro junto com o Raul, "O dia em que a terra parou" (1977). A dupla escreveu mais de 30 músicas, entre elas os sucessos "Rock das aranha" (1980), "Aluga-se" (1980), "Cowboy fora da lei" (1987), "Quando acabar o maluco sou eu" (1987) e o hino "Maluco beleza" (1977).

"Ele teve uma vida bem maluca com o Raul e depois nunca perdeu esse traço de ser 'o' maluco beleza. A gente o intitula como o verdadeiro maluco beleza", conta a produtora musical Gabriela Mousse, amiga de Cláudio.

Há alguns anos, o compositor se mudou para um sítio no município de Miguel Pereira, no interior do Rio de Janeiro, onde levava uma vida reclusa e pacata, morando com Elizete, sua terceira mulher, e os filhos. "Cláudio nunca tirou proveito do Raul, continuou vivendo uma vida simples, sempre ficava 'na dele' e tinha muito amor pela memória do cantor", diz Gabriela.

Quem convivia com o músico sabia que ele parecia ser intimidador com quem não era íntimo, mas que tinha um coração enorme para os que eram mais próximos. Depois da parceria com Raul, ele continuou compondo e tinha planos de lançar seu trabalho autoral.

Cláudio morreu aos 70 anos, em 29 de outubro, devido a complicações após uma cirurgia para implantação de uma válvula no coração. Deixou esposa, cinco filhos e dezenas de canções que ficarão eternizadas na história do rock brasileiro.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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