Vereador de Santa Catarina é suspeito de matar amigo em discussão política

Político tinha apostado que Lula ganharia a eleição, segundo a polícia, e fugiu após o crime; ele e o colega bolsonarista se desentenderam em um bar

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Campinas

O vereador da cidade de Dona Emma (a 248 km de Florianópolis) Valdir Siqueira (MDB) é suspeito de matar um amigo a facadas, no sábado (5), durante uma discussão por política em um bar do município. Outras duas pessoas ficaram feridas no episódio. A vítima, Luciano Mafassoli, 45, morreu ainda no local.

O caso será investigado pela delegacia do município vizinho Presidente Getúlio (SC). Conforme o delegado responsável pelo caso, Juliano Tumitan, a polícia e o advogado de Siqueira estão em negociação avançada para que o vereador se entregue. As primeiras testemunhas já estão sendo ouvidas.

A data da apresentação de Siqueira não está sendo divulgada por razões de segurança. Ele deverá ser preso por homicídio e duas tentativas de homicídio, referentes aos amigos da vítima que tentaram impedi-lo. Tumitan confirma que o crime ocorreu em razão de uma aposta de R$ 5.000 envolvendo política o que classificou como "motivo fútil".

A defesa do vereador não retornou contato da Folha.

Valdir Siqueira, vereador de Dona Emma (SC), é suspeito de matar amigo a facadas em discussão política neste sábado (5) - Câmara Municipal de Dona Emma

Nesta segunda-feira (7) à noite, a Câmara Municipal realizará sessão ordinária em que poderá ser apreciada a cassação do vereador do MDB, que é o presidente da Casa.

De acordo com a delegada plantonista, Elisabete Pardo, o político fugiu após o crime. A autoridade policial informou que o vereador e a vítima eram amigos e nunca tiveram desentendimentos. Durante a campanha presidencial, eles teriam feito uma aposta.

"O autor estava apoiando o candidato petista, e a vítima, o presidente Bolsonaro. Eles apostaram um determinado valor em dinheiro. Deu Lula, a vítima foi e pagou a aposta", conta.

No sábado, a vítima e outros dois amigos, todos bolsonaristas, segundo a delegada, estavam desde cedo em um bar na região central, onde faziam um churrasco.

Eles estavam na parte interna do estabelecimento, no balcão. Por volta das 14h20, o suspeito chegou ao local, ficou na varanda e pediu uma cerveja, ainda de acordo coma delegada.

"Depois ele foi ao banheiro e, na volta, cumprimentou os três. Dois responderam, mas a vítima se recusou a responder o cumprimento. Nesse momento começou uma discussão, uma briga, com garrafas para um lado, copos para outro. Uma confusão", explica a delegada.

O casal proprietário do bar disse em depoimento que o vereador foi até a sua caminhonete, pegou uma faca que estava sob o banco, voltou e atingiu a vítima.

"Ele foi esfaqueado no abdômen, do lado esquerdo, e na região da costela, na parte posterior, região das costas. Os outros dois amigos tentaram apartar e também foram esfaqueados", explica.

A Polícia Militar e os bombeiros foram acionados, mas Mafassoli morreu ainda no local. Os feridos foram socorridos e levados para o Hospital Maria Auxiliadora, em Presidente Getúlio, e já receberam alta, segundo o hospital. Os nomes não foram revelados.

De acordo com a delegada, no momento do crime havia cerca de dez pessoas no estabelecimento.

"No meu entendimento inicial teve motivação política no assassinato. Não tinha outro motivo. Ele é vereador do lado que apoia o vencedor da disputa, eles tinham apostado, o autor já tinha recebido o dinheiro, mas ainda assim foi lá provocar", diz, ressaltando que ainda é preciso ouvir as demais testemunhas para confirmar a hipótese.

"A gente sabe que está um clima complicado porque muitas pessoas do lado que perdeu não estão aceitando", acrescentou.

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