Descrição de chapéu Obituário Eduardo Luiz Pinto e Silva (1937 - 2022)

Mortes: Engenheiro apaixonado por trens e pelo São Paulo

Eduardo Luiz Pinto e Silva também criava gado nelore na fazenda da família

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São Paulo

Eduardo Luiz Pinto e Silva foi um apaixonado pela sua profissão e pelo gado nelore criado na fazenda da família em Icém (a 496 km de São Paulo). Já pelo São Paulo Futebol Clube, era um torcedor fanático.

Engenheiro formado pela Universidade Mackenzie, após estudar no tradicional colégio paulistano São Luís, fez carreira na Cobrasma, empresa especializada na fabricação de trens que, inclusive, tinha o Metrô paulistano entre seus clientes.

O engenheiro Eduardo Luiz Pinto e Silva, que morreu no último dia 25 de novembro, aos 85 anos, em São Paulo - Arquivo Pessoal

Foi graças ao emprego na indústria de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, que conheceu diversos países, da América Latina, África e Europa.

Na bagagem de suas viagens, além de muita história para contar, também trazia receitas de culinária —seu ceviche peruano fazia sucesso entre os amigos.

"Ele gostava de frutos do mar e ia pessoalmente comprar o peixe fresco que iria preparar", afirma o advogado Otavio Pinto e Silva, 58, um dos filhos, sobre os pratos que o pai fazia na praia da Baleia, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo.

Alegre, participava de brincadeiras de Carnaval, compondo marchinhas para a garotada na casa que construiu em um condomínio na cidade praiana.

Torcedor do São Paulo, tinha cadeira cativa no Morumbi desde os tempos da construção do estádio, inaugurado em 1960. Lá assistiu a jogos do tricolor paulista durante décadas, inclusive os do lendário time comandado pelo técnico Telê Santana (1931-2006) na década de 1990 —presenciou as vitórias na conquista de duas Copas Libertadores da América.

No esquadrão são-paulino de todos os tempos escalado por ele era obrigatório ter a linha formada por Ruy, Noronha e Bauer, considerada a maior da história do clube e que perfilou com a camisa do Brasil na Copa do Mundo de 1950.

"Ele dizia que era espetacular", conta Otavio, lembrando que o pai só deixou de ir ao estádio por causa da pandemia de Covid-19.

Tenista, o engenheiro jogava no clube Harmonia, no Jardim América (zona oeste), do qual foi conselheiro. Até que uma bursite no ombro o afastou definitivamente das quadras.

Paulistano de nascimento e morador no Real Parque, na região do próprio Morumbi, Silva ia ao menos uma vez por mês para a fazenda da família nas proximidades da divisa com Minas Gerais, onde há criação de gado e plantação de cana-de-açúcar.

Na fazenda em Icém, herança da mulher Maria Lucila, construiu uma capela para Nossa Senhora do Bom Conselho, de quem era devoto.

A morte da companheira, em 1999, não o afastou do grupo de orações formado por casais, as quais frequentava sozinho, nem das missas na paróquia de São Pedro e São Paulo, no Bosque do Morumbi.

"Ele permaneceu viúvo e sempre declarava seu eterno amor a ela", diz o filho, sobre o laço de união entre seus pais.

O engenheiro tinha a doença de Alzheimer. Morreu em casa em 25 de novembro, aos 85 anos, após uma parada cardiorrespiratória.

Eduardo Luiz Pinto e Silva deixou os filhos Maurício, Ricardo, Otavio e Eduardo, oito netos e uma bisneta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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