Ministério dos Direitos Humanos de Lula critica Derrite sobre mudança em câmeras da PM

Secretário paulista disse em entrevista que quer rever o programa; pasta federal diz que política deveria ser ampliada

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São Paulo e Brasília

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania do governo Lula (PT) disse ver com preocupação uma declaração do secretário de segurança de São Paulo, o PM da reserva Guilherme Muraro Derrite, sobre mudanças no programa de câmeras em fardas de agentes em São Paulo.

"Recebemos com preocupação a declaração do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, acerca da revisão do programa de câmeras corporais da Polícia Militar, 'Olho vivo'", afirma a pasta, em nota publicada nesta quinta (5).

"O sucesso dessa política demonstrado pela ciência faz com que ela não apenas tenha que ser reforçada e ampliada nas regiões em que é aplicada, mas também que seja estendida a todas as unidades da federação."

Guilherme Derrite fotografado durante coletiva
Guilherme Muraro Derrite, secretário de Segurança de São Paulo, durante coletiva no Centro Integrado de Administração do Estado, na capital paulista - Mathilde Missioneiro - 30.nov.22/Folhapress

A mensagem foi reforçada nas redes sociais pelo ministro da pasta, Silvio Almeida.

Derrite disse na quarta (4), em sua primeira entrevista como secretário, que a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai rever o programa de câmeras corporais da Policia Militar, o Olho Vivo.

A declaração foi dada em entrevista à rádio Cruzeiro, de Sorocaba (SP), terra natal do secretário. "Nós vamos rever o programa. O que existe de bom vai permanecer. Aquilo que não está sendo bom e que pode ser comprovado cientificamente que não é bom, por isso a importância de analisar esse estudo da Fundação Getulio Vargas, a gente vai propor ao governador possíveis alterações", afirmou Capitão Derrite, como é conhecido, que foi oficial da Rota (tropa de elite da PM).

O Olho Vivo, implementado pela PM paulista em 2020, é considerado por especialistas como um dos principais avanço da corporação na política de redução da letalidade policial. Nos batalhões integrantes do programa, com câmeras que gravam todo o turno de serviço, as quedas de mortes em confrontos chegaram a 85% já nos primeiros meses de uso.

Durante a corrida eleitoral, Tarcísio anunciou o interesse em acabar com o programa. Após uma série de críticas, até pela redução da mortes de civis e de policiais, o bolsonarista acabou amenizando o discurso, dizendo que iria estudar mudanças, mas sem desistir da ideia

Ainda na entrevista, Derrite disse querer tornar a tecnologia "mais operacional", até com análise placas de veículos roubados, mas não deu detalhes. "Agora, se de fato, a gente chegar à conclusão de que um ou outro aspecto está atrapalhando, que não está sendo positivo, a gente pode rever o programa sim."

O ministério diz esperar que mudanças no programa sejam baseadas em evidências e tenham como objetivo o respeito e a proteção do direito à vida.

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