Descrição de chapéu Obituário Luiz Orlando Carneiro (1938 - 2023)

Mortes: Amante do jazz, foi referência na cobertura do Judiciário

Luiz Orlando Carneiro especializou-se em assuntos jurídicos e do STF

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São Paulo

Após os tempos de colégio, se dependesse do pai, Orlando Leal Carneiro, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Orlando Carneiro seguiria carreira no direito, mas o amor pelo jornalismo chegou primeiro.

Em 1958, Luiz O., como os amigos o chamavam, entrou no Jornal do Brasil como estagiário e foi admitido em janeiro do ano seguinte. Em 1963, formou-se em direito na Universidade do Estado da Guanabara, atual UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

No Jornal do Brasil, cobriu o Itamaraty até assumir a subchefia de reportagem, em 1964. Em seguida, tornou-se chefe de reportagem, editor-executivo e chefe de Redação, cargo que ocupou até meados de 1979.

Luiz Orlando Carneiro (1938-2023)
Luiz Orlando Carneiro (1938-2023) - Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal no Facebook

A convite do proprietário do Jornal do Brasil, Manuel Francisco do Nascimento Brito, mudou-se para Brasília no intuito de ampliar e chefiar a sucursal em Brasília. Ficou como diretor regional até 1992.

Na sequência, especializou-se em assuntos jurídicos e na cobertura do STF (Supremo Tribunal Federal), missão que continuou no JOTA entre 2014 e final de 2022.

A ministra Rosa Weber, presidente do STF, afirmou que o jornalismo perde uma grande referência e um profissional que sempre será exemplo para as próximas gerações.

Vice-presidente da corte, o ministro Luís Roberto Barroso disse que Luiz Orlando tinha duas virtudes que dignificam o jornalismo: integridade e isenção. "Gentil e respeitoso, retratou a atuação do Supremo Tribunal Federal sempre comprometido com a verdade."

Sob os olhos dos amigos e dos colegas de trabalho, Luiz Orlando era gentil, educado, leal e respeitava a opinião do próximo. Serviu de exemplo e inspiração para gerações de jornalistas.

O jazz, uma de suas paixões, também foi tema de suas colunas e publicações.

Ele é autor, por exemplo, dos livros "Jazz: Uma Introdução" e "Obras-Primas do Jazz".

Luiz Orlando era primo do jornalista José Trajano, 76. "Ele foi o responsável por eu ter me tornado jornalista", disse.

Trajano tinha 16 anos quando começou a estagiar na editoria de esportes do Jornal do Brasil. "Naquela época não sabia nem bater à máquina, mas gostava muito de futebol. Ele me apresentou na seção de esportes e me adotaram como estagiário. Vou fazer 60 anos de jornalismo neste ano."

"Nessa época e um pouco depois tivemos uma proximidade grande. Generoso e um gentleman, ele conhecia muito jazz –era um dos maiores críticos do país. Eu ia à casa dele, que colocava sempre discos para tocar e me dava alguns LPs sobrando. Ele é o tipo de jornalista que não tem mais", afirma Trajano.

Luiz Orlando morreu no dia 11 de janeiro, aos 84 anos. Viúvo, deixa filhos, netos e bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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