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Uber Moto é suspenso na cidade de São Paulo

Serviço é paralisado mais de 20 dias após decreto municipal que proibia modalidade; prefeito falou em 'guerra' jurídica com a empresa

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São Paulo

A Uber suspendeu nesta segunda-feira (30) o seu serviço de caronas em motocicletas na cidade de São Paulo. A decisão ocorre mais de 20 dias após o prefeito Ricardo Nunes (MDB) assinar um decreto municipal que proíbe expressamente a modalidade, período no qual a empresa insistiu em manter o serviço ativo.

Ao anunciar a suspensão do Uber Moto, a empresa reafirmou que o serviço está amparado em legislação federal. Além disso, disse que a decisão ocorreu agora em comum acordo com a prefeitura da capital para permitir estudos sobre a segurança aos passageiros que usam mototáxi.

Passageiro e motociclista de um serviço informal de mototáxi no Grajaú, na zona sul de São Paulo - Bruno Santos - 4.jul.2022/ Folhapress

"Entendemos que a prefeitura da cidade ainda necessita de estudos mais aprofundados, que vêm sendo conduzidos por meio de um grupo de trabalho técnico que já conta com a participação da Uber", disse a empresa.

O grupo de trabalho foi anunciado em 6 de janeiro, no dia seguinte à chegada oficial do Uber Moto à cidade.

A suspensão também ocorre quatro dias após Nunes dizer que a empresa sofreria as consequências jurídicas do desrespeito ao decreto municipal. "Eu não quero guerra com eles [Uber], mas se eles querem guerra, vão ter", afirmou o prefeito na última quinta-feira (26).

As mortes em acidentes que envolvem motocicletas na cidade de São Paulo aumentaram 29,4% em 2022, na comparação com o ano anterior. A alta de mortes acompanha uma tendência nacional das últimas décadas: a morte de motociclistas aumentou nove vezes nos últimos 25 anos.

A empresa afirmou que o Uber Moto está disponível em mais de 170 cidades no Brasil e que há cuidados para garantir a segurança no trânsito. A empresa também disse que nenhum acidente foi registrado enquanto a modalidade foi utilizada na cidade.

No início da noite, a prefeitura informou em nota que a 99, empresa concorrente da Uber, que havia anunciado o seu mototáxi a partir desta terça-feira (31) também havia desistido de disponibilizar o serviço.

"A empresa 99 entrou em contato nesta segunda-feira [30] para comunicar a não ativação do serviço de transporte de passageiros por moto via aplicativo na cidade", diz trecho do texto.

Procurada por email pela reportagem, a 99 não havia respondido até a publicação desta reportagem sobre a desistência.

A Folha mostrou, no ano passado, que o serviço é ofertado na cidade de forma espontânea na periferia.

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