Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Bombeiros procuram 2 desaparecidos em naufrágio no Rio e aumentam área de busca

Por causa da correnteza, praias do entorno passaram a ser vasculhadas; seis corpos foram identificados

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Rio de Janeiro

Bombeiros vasculham desde a madrugada desta terça (7) praias no entorno da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à procura de duas pessoas que estavam em uma embarcação que naufragou no domingo (5). Seis corpos foram retirados da água sem vida; outras seis pessoas se agarram ao casco do barco e sobreviveram.

A área de busca foi ampliada devido à correnteza que existe na baía. Um dos corpos foi encontrado próximo à ponte Rio-Niterói, distante cerca de 13 km do local do acidente, na altura da Ilha de Paquetá.

Fábio Dantas Soares, 46, e Isabel Cristina de Souza Borges, 38, ainda não foram localizados. No total, 14 pessoas estavam a bordo da traineira Caiçara, que no dia acidente era usada para um passeio que saiu da Ilha do Governador, na zona norte do Rio. Os passageiros eram amigos e alguns tinham relação de parentesco entre si.

Equipes buscam desaparecidos de naufrágio na baía de Guanabara, no Rio, nesta segunda (6) - Fabiano Rocha/Agência O Globo

No final da tarde, quando retornavam, um temporal agitou o mar. A previsão do tempo já apontava a possibilidade da tempestade. Vídeos feitos por um passageiro de outro barco mostraram a aproximação da tempestade o mar revolto (veja abaixo). As imagens foram entregues à Polícia Civil.

De acordo com a Polícia Civil, os mortos identificados são Juliana Gomes de Lana da Silva, 35; Everson Costa de Assunção, 45; Evandro José de Sena, 55; Michele Bayerl de Moraes de Sena, 43; Eduardo Borges da Silva Corrêa, 14; e Caio Gomes da Silva, 3.

O condutor do barco, Marcos Paulo da Silva, está entre os sobreviventes. Ele é pai de Eduardo Borges e marido de Isabel Cristina, desaparecida. Segundo a Polícia Civil, ele será chamado para depor assim que tiver condições.

De acordo com João Penha Assunção, 70, pai de uma das vítimas, diz que os passageiros estavam sem coletes salva-vidas.

"A lei manda que qualquer piloto de barco tenha a responsabilidade de conduzir seus passageiros com colete, inclusive na baía de Guanabara, que é considerada águas abrigadas. Ela [Ana Paula Souza] me comprovou que não tinha ninguém com colete", disse ele sobre a nora, que sobreviveu.

A ausência de coletes será investigada tanto pela Polícia Civi como pela Marinha, responsáveis pelos inquéritos.

O trabalho de buscas segue ininterrupto desde a tarde de domingo. Lanchas, motos aquáticas e drones são utilizados pelos bombeiros. Uma das uma embarcações usadas nas buscas é capaz de detectar objetos no fundo do mar.

Passageiro de outra embarcação registrou chegada de temporal:

Em nota, o Movimento Baía Viva lamentou o naufrágio.

"Lamentamos que, de um modo geral, há uma fragilidade e/ou ausência de fiscalização preventiva por parte dos órgãos públicos nos níveis federal, estadual e dos municípios costeiros da Baía de Guanabara em relação tanto aos crimes ambientais quanto em relação aos serviços de navegação e de transporte de pessoas e suas famílias para atividades de lazer náutico que se intensificam de forma exponencial durante o verão".

Também em nota, a Marinha disse que "um inquérito sobre acidentes e fatos da navegação irá apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente. Concluído o procedimento e cumpridas as formalidades legais, os documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação, o qual dará vista à Procuradoria Especial da Marinha".

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