Mudança de centro onde padre Julio dá café a moradores de rua mobiliza vizinhos na Mooca

Abaixo-assinado pede que o Centro de Convivência São Martinho, que atende 500 pessoas, não se instale em novo endereço

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São Paulo

A mudança de um centro de convivência para pessoas em situação de rua na Mooca, zona leste de São Paulo, mobilizou a vizinhança do entorno do novo endereço. O movimento contrário à instalação do projeto social no local elaborou um abaixo-assinado com cerca de cem adesões até a publicação deste texto.

O centro comunitário São Martinho de Lima, que distribui aproximadamente 800 refeições para até 500 pessoas por dia, terá que deixar o endereço atual, na rua Doutor Siqueira Cardoso, para ocupar outro espaço, a cerca de 400 metros de distância, na rua Padre Adelino.

Moradores de rua ganham gorro do padre Julio Lancellotti
Homem em situação de rua recebe gorro do padre Julio Lancellotti no Centro Comunitário São Martinho de Lima, durante a pandemia - Eduardo Knapp - 1º.abr.2022/Folhapress

O serviço teve que deixar o endereço porque o imóvel necessita de reparos estruturais, constatados por uma vistoria feita em maio de 2022, segundo a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads).

Com isso, a organização social contratada pela prefeitura para administrar o serviço se instalou no novo galpão. Os atendimentos no novo espaço devem começar a partir da próxima semana.

De acordo com o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, que faz uma série de ações com a população de rua no local, o novo endereço é menor e não comporta a quantidade de pessoas atendidas por dia. "Fica em uma rua com trânsito intenso de carros, é muito perigoso", afirma.

A presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) da Mooca, Wanda Herrero, diz que os moradores não estão de acordo com a mudança. "O novo local não é apropriado. A calçada é estreita e, se montarem barracas ali, os moradores não vão poder passar na calçada", afirma.

O centro de convivência faz parte de uma rede de 13 endereços espalhados pela cidade para atender pessoas que vivem nas ruas. Nesses locais são distribuídas refeições e há espaço para lavar roupas.

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