Aluna diz ter sido chamada para participar de ataque a escola de SP, afirma delegado

Estudante registrou BO sobre o convite; polícia investiga se adolescente teve ajuda ou incentivo para cometer o crime

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São Paulo

A Polícia Civil recebeu relatos de que o autor do ataque na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, chegou a convidar uma colega a participar da ação. O ataque deixou uma professora morta e cinco pessoas feridas na segunda-feira (27).

Nesta quarta (29), a investigação vai se concentrar na hipótese de o adolescente de 13 anos ter sido incentivado por estudantes da escola ou por outras pessoas na internet a cometer o crime.

Segundo o delegado Marcus Vinicius Reis, titular do 34º DP (Vila Sônia), uma estudante da mesma alegou ter sido avisada do ataque pelo agressor, que perguntou se ela queria participar do atentado. A menina a princípio pensou que se tratava de uma brincadeira do aluno. Depois, teria recusado o convite.

Homenagens à professora morta no ataque à escola Thomazia Montoro - Bruno Santos - 28.mar.23/Folhapress

O 34º DP também recebeu um boletim de ocorrência feito no interior de São Paulo narrando que uma estudante havia se tornado amiga do agressor na internet e também publicava, nas redes sociais, mensagens com apoio a massacres. Essa adolescente foi alvo de um procedimento investigatório por causa das publicações e responde por ato infracional, segundo o delegado.

Reis não confirmou a data nem a cidade onde o boletim foi feito. Pela manhã, Reis afirmou que se tratava da mesma adolescente. À tarde, ele esclareceu que o boletim de ocorrência feito no interior não se referia à aluna do Thomazia Montoro.

Até a manhã desta quarta, a investigação ainda aguardava a resposta da Justiça para um pedido de quebra de sigilo telemático de aparelhos eletrônicos do autor do ataque. A polícia quer analisar os equipamentos justamente para saber com quem ele se comunicava e se houve algum auxílio ou incentivo.

O delegado diz que, até agora, os indícios apontam para um planejamento e execução do ataque de forma solitária pelo adolescente. A polícia sabe, no entanto, que ele falava abertamente, com colegas e na internet, sobre a possibilidade de cometer o crime.

Uma funcionária da escola estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra (Grande SP), onde estudava até o mês passado, registrou um boletim de ocorrência em que afirmou que o adolescente compartilhava vídeos portando armas de fogo e simulando ataques violentos.

Ele chegou a ameaçar de morte um dos alunos da escola, de quem era amigo. A família do aluno ouviu da escola que o agressor seria encaminhado para atendimento em um Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

Na manhã de segunda, momentos antes do ataque, ele publicou uma mensagem no Twitter anunciando o que faria.

Além de apurar a participação de outras pessoas, o delegado quer ouvir a professora Ana Célia Rosa, que foi ferida no ataque. Esse depoimento ainda não estava confirmado.

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