Esquina da Ipiranga com São João volta a ter obras três meses após reinauguração

Reforma custou R$ 4,9 milhões; gestão Ricardo Nunes diz que não há novos custos para a Prefeitura de São Paulo

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São Paulo

Três meses após a Prefeitura de São Paulo reinaugurar o cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, no centro da capital, após uma reforma que custou R$ 4,9 milhões, a famosa esquina passa por novas obras. Postes e calçadas no local, que haviam sido requalificados no final do ano passado, estão passando por intervenções.

O local ganhou novas calçadas e quatro estátuas de figuras emblemáticas da história da cidade —os compositores Adoniran Barbosa (1910-1982) e Paulo Vanzolini (1924-2013), um jovem engraxate e um fotógrafo de lambe-lambe—, inauguradas em dezembro em cerimônia com a presença do prefeito Ricardo Nunes (MDB), de secretários municipais e de vereadores.

A obra do ano passado já incluía tanto o ordenamento da fiação aérea e subterrânea como o restauro de postes de iluminação. Na semana passada, porém, numa das quatro esquinas do cartão-postal, o piso tátil da calçada foi retirado e, desde então, há concreto e terra expostos. Sacos de cimento foram colocados ao longo da calçada no lado par da Ipiranga para indicar o buraco na via. Segundo comerciantes, um fio de fibra ótica foi instalado ali.

Esquina das avenidas Ipiranga e São João passa por obras três meses depois de concluída uma reforma de quase R$ 5 milhões - Danilo Verpa/Folhapress

Já os postes passam por um processo de restauro. Na manhã desta quinta (2), um pequeno andaime estava montado ao redor de um dos postes ornamentais históricos no cruzamento, para que uma equipe fizesse o trabalho de raspagem e pintura. Outro grupo fazia a reinstalação elétrica e a concretagem das bases das estruturas.

A esquina é vigiada 24 horas por dia por ao menos uma equipe da GCM (Guarda Civil Metropolitana) desde dezembro. Os guardas estão ali para, principalmente, evitar que as esculturas sejam vandalizadas.

Apesar de ter sido requalificada com o objetivo de atrair mais turismo à região central, a esquina e seu entorno ainda convivem com furtos e roubos constantes. Enquanto tirava fotos no local, a reportagem foi alertada pela GCM para ter cuidado com ladrões de celular.

De acordo com o funcionário de uma loja de celulares na região, que pediu para não ser identificado, nos últimos três meses os ladrões mudaram a dinâmica do crime no local, afastando-se da esquina famosa, mas intensificando os assaltos no entorno.

Esse problema marcou a inauguração das estátuas, em dezembro. No mesmo dia em que Nunes descerrou as cortinas das esculturas e posou para fotos em meio à cerimônia, um homem havia sido esfaqueado a poucos metros dali.

Em janeiro, a cidade de São Paulo registrou recorde de casos de furto. Segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública), foram 19.115 casos na capital, contra 16.231 ocorrências em 2022, alta de 18%. Os casos de roubo ficaram em patamar semelhante ao do ano passado. Na capital, foram 12.030 registros, contra 11.846 no ano passado e 13.535 em 2020.

Questionada, a Prefeitura de São Paulo afirmou que as obras no piso tátil já estavam previstas, pois há um desnível nas calçadas provocado por caixas de inspeção. Segundo a gestão municipal, a obra é feita por concessionárias e não há custo para os cofres públicos.

A empresa municipal SP Urbanismo disse que os pisos táteis foram projetados de forma a facilitar a execução de eventuais obras.

"Atualmente, qualquer concessionária, seja pública ou privada, que precisa ajustar ou melhorar seus serviços aos munícipes, não precisa quebrar e refazer os pisos, criando retalhos comuns na paisagem da cidade. Basta retirar o piso tátil, desenvolver sua intervenção e reassentar o piso. Sem custo adicional a ninguém e não comprometendo a paisagem urbana", afirmou a empresa.

Sobre a restauração dos postes históricos, a prefeitura informou que o custo está previsto no contrato de concessão da iluminação pública.

"A prefeitura reafirma que a requalificação da esquina entregou à cidade um espaço público mais acessível, com calçadas de piso em concreto, mais seguro em comparação às antigas pedras existentes no local, e faixa de piso tátil para pessoas com deficiência, o que não havia."

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