Florianópolis lança protocolo similar ao aplicado no caso Daniel Alves e espera adesão de empresas

Funcionários receberão capacitação para que saibam agir em casos de violências contra mulheres

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Curitiba

A prefeitura de Florianópolis (SC) lançou nesta quarta-feira (8) um protocolo para que funcionários de casas noturnas saibam agir em casos de violência sexual contra mulheres.

O documento, chamado "Não se Cale", é inspirado no protocolo aplicado no caso Daniel Alves, na Espanha. O jogador de futebol foi acusado de estuprar uma mulher no banheiro de uma boate em Barcelona.

Segundo a prefeitura, embora a proposta esteja voltada para espaços de entretenimento, qualquer estabelecimento comercial, como restaurante ou hotel, por exemplo, pode aderir ao protocolo.

Selo "Não se Cale", lançado pela prefeitura de Florianópolis nesta quarta-feira (8), traz a imagem da Maricota, personagem da cultura local - Divulgação/Prefeitura de Florianópolis

As empresas que aceitarem seguir o protocolo receberão o selo "Não se Cale" e seus funcionários passarão por uma capacitação. Os estabelecimentos comerciais também receberão cartilhas sobre direitos das mulheres.

De acordo com a assessora de Políticas Públicas para Mulheres e Igualdade de Gênero da prefeitura, Andréa Aline Vergani, a ideia é contar com entidades que possam ajudar na capacitação dos funcionários, como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Defensoria Pública e Ministério Público, que já contribuíram com a formulação do protocolo.

"O princípio geral do protocolo é foco na vítima. Que ela tenha uma escuta humanizada, que se faça o acolhimento desta mulher, que ela seja orientada sobre os direitos dela, que as decisões dela sejam respeitadas. Tudo para evitar o que a gente chama de revitimização da mulher", diz Andréa.

Segundo ela, mais de dez casas noturnas de Florianópolis já informaram nesta terça-feira que irão aderir ao protocolo.

"O protocolo foi adaptado, claro, para nossa realidade brasileira, em relação a tipos penais, por exemplo. Mas ele também é baseado em três eixos, como o de Barcelona. Os três eixos são prevenir, identificar e agir", diz Andréa.

O conteúdo do protocolo ainda não foi disponibilizado no site da prefeitura, mas Andréa afirma que o documento será integralmente divulgado e que a ideia é que ele possa servir de modelo para outras cidades.

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