Descrição de chapéu Obituário Karina Annes Keunecke (1973 - 2023)

Mortes: Referência em vida marinha, defendeu a universidade pública

Karina Keunecke também foi maratonista, bailarina e fã de Carnaval

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São Paulo

A professora e bióloga marinha Karina Annes Keunecke zelava pela formação dos seus alunos. Mais do que ensinar ou avaliar, acompanhava a trajetória de quem seguia na academia ou partia para o mercado de trabalho. Essa dedicação ganhou admiração e simpatia de estudantes e colegas, que viam nela um exemplo de mentora, pesquisadora e servidora pública.

"Recentemente havia sido eleita para chefiar o Departamento de Biologia Animal, o que fazia com muita eficiência e cuidado", diz o professor e pesquisador Hélio Ricardo, 61, colega de trabalho na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

A paixão pela ciência começou no tempo de universitária, em um estágio no projeto Tamar, na base capixaba de povoação de tartarugas. Gaúcha e aluna da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Karina conheceria ali seu par de pesquisa e de vida.

Karina Annes Keunecke sorri para foto. usa óculos escuros, é branca, tem cabelos castanho-escuros
Karina Annes Keunecke (1973-2023) - Arquivo pessoal

"A gente se encontrou nesse estágio e se apaixonou. Isso tem quase 30 anos", diz o marido, Marcelo Vianna, 57, à época estudante da UFRJ.

O namoro começou à distância de 1.570 km entre Rio de Janeiro e Porto Alegre. Quando ela se formou e Marcelo conseguiu uma bolsa de pesquisa no Instituto de Pesca paulista, casaram-se e foram morar em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo.

A dupla trabalhou em vários projetos de pesquisa e se especializou nos impactos da pesca de camarão com redes de arrasto na fauna demersal, os seres marinhos que vivem no fundo do mar, como o linguado.

Karina fez doutorado em ecologia e recursos naturais pela Universidade Federal de São Carlos (SP) e tornou-se uma das maiores especialistas do Brasil em crustáceos como camarões e siris, especialmente os que vivem na Baía de Guanabara, no Rio, e no litoral norte de São Paulo.

Quando Marcelo assumiu um posto de professor da UFRJ, a família, já com o casal de filhos, mudou-se para o Rio de Janeiro.

A defesa da universidade pública, que Karina assumiu para a vida, não a impediu de estudar história da arte, correr uma maratona e pular Carnaval por dias seguidos. Também descobriu uma paixão pelo balé, diz o marido.

No último sábado de Carnaval, a família jantava quando Karina teve um acidente vascular cerebral hemorrágico.

Ela morreu em 7 de março, aos 49 anos, no Rio. Deixa o marido e os filhos Marina, 24, e João Pedro, 22.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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