Descrição de chapéu Obituário Helena Parente Cunha (1929 - 2023)

Mortes: Tem obras premiadas e estudadas em vários países

Helena Parente Cunha publicou 35 livros e deixou um legado para a literatura brasileira

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Curitiba

Pesquisadora, ensaísta, crítica literária, poeta, ficcionista e tradutora, Helena Parente Cunha foi professora emérita da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde deu aulas até os 88 anos.

Um ano depois, publicou seu último livro. São 35 obras que compõem um rico acervo para a literatura brasileira, títulos premiados e estudados em vários países, traduzidos em quatro línguas.

Grande parte deles de produção acadêmica, muitos envolvendo mulheres na literatura. "Ela orientava grupos de mulheres na casa dela, escrevia e as estimulava a publicarem", conta a amiga Flora de Paoli, também professora da UFRJ .

Helena Parente Cunha (1929-2023)
Helena Parente Cunha (1929-2023) - Arquivo pessoal

Aluna de Helena desde os tempos de graduação, Flora lembra que entre os pupilos da escritora esteve João Ubaldo Ribeiro e entre tantos admiradores, Nélida Piñon.

Especialista em cultura e literatura italiana, Helena foi estudar na Itália ainda solteira, fato raro para uma mulher nascida na Bahia em 1929.

O filho dela, Marcio Cunha, recorda que o avô, bancário, era um homem conservador, mas valorizava a educação e, por isso, "criou as filhas para não dependerem de marido".

Mas foi o amor que a fez casar com o farmacêutico Umar Cunha, em 1958, afirma o filho. "Ele sempre a incentivava e acompanhava seu trabalho."

Com uma visão crítica e além de seu tempo, Helena instigou gerações para a pesquisa científica literária. "Ela era muito cotada a ser indicada para a Academia Brasileira de Letras", diz Flora. "Conseguia te mostrar, te levar ao verdadeiro prazer do texto. Era inigualável."

Helena foi diretora da Faculdade de Letras da UFRJ na década de 1970, onde atuou até 1997, quando se aposentou e se tornou professora emérita, lecionando na pós-graduação (mestrado e doutorado) do Programa em Ciência da Literatura.

A universidade publicou um texto de pesar pela morte da escritora, no qual lamenta sua partida e destaca sua escrita impecável e o reconhecimento de sua primeira obra, o livro de poemas "Corpo do Gozo", premiado pela Secretaria de Educação e Cultura do então estado da Guanabara (hoje Rio de Janeiro), em 1965.

"Ela nos deixa um legado de dedicação e amor à poesia e à vida", diz a nota, assinada pela Reitoria da UFRJ.

Helena Parente Cunha morreu dia 11 de fevereiro, em decorrência de uma pneumonia. Ela deixou um filho.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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