'Ninguém é turista sexual, são nômades digitais', diz brasileiro que ajudou coaches de pegação

Fabricio Castro, que intermediou aluguel de mansão para festa, defende o grupo; ele recebeu R$ 5.000 em auxílio emergencial

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O coach brasileiro Fabricio Castro, que diz viajar o mundo dando dicas de relacionamento para homens, ajudou os americanos MSC (Millionaire Social Circle) durante a passagem do grupo pelo Brasil.

O MSC, que oferece cursos para homens aprenderem a 'pegar mulher', é investigado pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de exploração sexual. Os tutores do grupo, que estiveram na capital paulista com seus pupilos como parte de um treinamento, promoveram no dia 26 de fevereiro uma festa em uma mansão no Morumbi, para a qual foram convidadas mulheres brasileiras. As mulheres, porém, não foram informadas sobre o curso de pegação.

Fabricio Castro ajudou os americanos e intermediou o aluguel da mansão. Coach do mesmo ramo, ele oferece, por exemplo, uma aula intitulada "Código do Homem Confiante", em que diz ajudar o aluno a desenvolver as habilidades certas para fazer uma mulher "literalmente, abrir pernas e portas".

O coach brasileiro Fabricio Castro que ajudou os coaches de pegação a alugar uma mansão no Morumbi para uma festa
Fabricio Castro ajudou os 'coaches de pegação' americanos com o aluguel de uma mansão no Morumbi, em São Paulo, onde o grupo deu uma festa - Reprodução

A mentoria custa R$ 116 e pode ser parcelada em 12 vezes —quem compra tem direito às aulas e recebe um ebook.

"Sou apenas um amigo pessoal dos caras. O treinamento aconteceu no Carnaval, e a festa foi 12 dias depois do treinamento. Não tinha nada a ver com isso. Eu não cometi nenhum crime", disse ele sobre o caso, por meio das redes sociais.

Castro também refuta a acusação de que integrantes do MSC sejam turistas sexuais. "Ninguém é turista sexual, são nômades digitais. A galera viaja e trabalha online. Foi um rolê entre amigos", disse.

O coach também defendeu o MSC das críticas de que as mulheres foram filmadas na festa para promover o curso sem que soubessem o objetivo dessas gravações.

"Claro [que havia muitas câmeras], tinha 20 ou 25 pessoas que trabalham com internet. Óbvio que [o evento] estava sendo documentado e as pessoas estavam fotografando."

AUXÍLIO EMERGENCIAL

De acordo com o Portal de Transparência do governo federal, Fabricio Castro recebeu entre 2020 e 2021 o auxílio emergencial, benefício destinado à população de baixa renda para reduzir o impacto da pandemia de Covid na renda de trabalhadores informais. Castro recebeu diversas do auxílio, no valor total de R$ 5.700.

A informação foi publicada inicialmente pelo portal G1, e na sequência o coach usou as redes sociais para se defender. "Ninguém sabe se eu usei esse dinheiro para ajudar alguém da minha família que estava doente ou desempregado em 2020", disse. "[O benefício] foi me dado por direito pelo governo."

A Folha tentou contato com Fabricio Castro pelas redes sociais, mas ele não respondeu.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.