Descrição de chapéu feminicídio

Suspeito de matar grávida no RJ é preso; pai de bebê é investigado

OUTRO LADO: preso permaneceu em silêncio; pai nega participação no crime e diz que alegações são especulação

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Rio de Janeiro

Um homem suspeito de atirar contra a grávida Letycia Peixoto Fonseca, 31, assassinada a tiros, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, foi preso nesta segunda-feira (6).

Na delegacia, o homem permaneceu em silêncio. A identidade dele não foi revelada e, por isso, a reportagem não conseguiu contato com a defesa.

Letycia Peixoto Fonseca foi morta a tiros; câmera de segurança flagrou crime - Reprodução

Segundo a Polícia Civil, o companheiro de Letycia e pai do bebê passou a ser investigado formalmente pelo envolvimento na morte. Ele, que também não teve a identidade divulgada, é casado juridicamente com outra mulher. O homem negou-se a fazer o teste de paternidade solicitado pela investigação.

O passaporte dele foi apreendido no fim de semana como medida cautelar de prevenção. Em depoimento, ele negou participação no crime. "Ele é considerado suspeito, mas não pode haver antecipação de culpa", informou a delegada Natália Patrão, titular da 134ª DP (Campos), que investiga o caso.

Em nota, os advogados Reynaldo Soares, Thiago Carvalho e Patrick Rangel, defensores do pai do bebê, afirmaram que "as alegações proferidas são meramente especulatórias".

Ainda de acordo com a delegada, a linha de investigação da morte é de crime passional. "Esse crime foi premeditado com certeza. As pessoas saíram para a execução daquela mulher. Não sabemos se tem relação de ódio. Eles vão responder por homicídio consumado, tentado e um aborto, já que a intenção era matar o feto também", afirmou.

A vítima foi morta a tiros nesta noite da última quinta-feira (2) atingida por cinco disparos feitos por um homem que estava na garupa de uma moto. Após ser ferida, ela foi submetida a uma cesárea de emergência. O bebê, com oito meses de idade gestacional, morreu horas depois do parto.

No último sábado (4), o piloto da moto usada no crime foi preso e confessou participação na execução.

Grávida de oito meses, Letycia passou por uma cesárea de emergência e não sobreviveu. O bebê, um menino, chegou a nascer com vida, mas morreu nesta sexta-feira (3) - Reprodução

Letycia foi atacada na porta de casa, quando estacionava o carro, por volta das 21h, no Parque Aurora. Câmeras de segurança registraram o momento em que os dois homens aparecem em uma moto parando ao lado do veículo. O homem da garupa efetua os disparos.

No vídeo, é possível ver que a mãe de Letycia, que também estava no carro e já havia descido do veículo, tenta evitar que o homem continue a realizar os tiros e vai na direção dele.

Ele, então, cai da moto e realiza um disparo, que a atinge a perna da mãe da vítima. Após ser derrubado, o atirador sobe novamente na moto, e a dupla consegue fugir.

A mãe de Letycia foi levada ao hospital junto com a filha e já recebeu alta. Ela também esteve na delegacia na tarde desta segunda.

Letycia havia saído para dar uma volta no veículo com uma tia que estava no banco do carona e não foi atingida. A arma e a moto não foram localizadas pela polícia.

A vítima trabalhava como engenheira. Ela foi lembrada pelas instituições em que estudou como uma estudante de destaque. A Universidade Candido Mendes, onde cursou a graduação, divulgou em seu site uma nota de falecimento com "profunda tristeza e consternação".

"Letycia era uma excelente aluna na graduação em Engenharia de Produção e por isso continuou os estudos cursando mestrado na mesma área na UENF", informou a faculdade.

Ela concluiu seu mestrado em Engenharia de Produção na instituição no segundo período de 2019, na Universidade estadual do Norte Fluminense.

A direção-geral do campus Guarus (Campos dos Goytacazes) do Instituto Federal Fluminense, por sua vez, manifestou sua solidariedade aos familiares e amigos da ex-aluna por meio das redes sociais.

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