Dois são presos por suspeita de torturar crianças em adega em SP

OUTRO LADO: Em depoimento, eles afirmaram ter feito uma brincadeira ao amarrar garotos nus em estabelecimento na República; adolescente foi apreendido

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São Paulo

Dois homens foram presos em flagrante e um adolescente foi apreendido na noite desta segunda (13) por suspeita de crime de tortura. Eles mantinham três crianças nuas amarradas dentro de uma adega na República, região central de São Paulo.

Segundo a investigação, o objetivo dos detidos era amarrar os meninos de 11, 9 e 8 anos em um poste na rua como forma de "brincadeira". Os presos não apresentaram advogados, segundo a Polícia Civil.

Fachada do local em que as crianças foram encontradas amarradas - Reprodução/SBT News

Policiais civis passavam pela rua dos Timbiras, por volta das 20h30, quando ouviram os gritos das crianças, de acordo com a delegada Maria Cecilia Dias, titular do 2º DP (Bom Retiro).

Dois dos meninos, de 11 e 8 anos, são filhos de um dos funcionários da adega, que não estava presente no momento da ação, enquanto o terceiro é vizinho do estabelecimento.

Os detidos afirmaram em depoimento que a cena partiu de uma provocação das crianças, que duvidaram de que o grupo teria coragem de arramá-las. Os homens prenderam os garotos com uma fita de nylon, segundo a delegada.

Em depoimento, Gilvanei Jesus de Oliveira, 24, Matheus da Silva Dias, 22, e o adolescente de 16 anos, negaram ter agido com violência. Os policiais também conduziram Waldiney Cezar Ciriaco de Lima, 20, proprietário da adega. Ele também negou qualquer tipo de violência no local.

O grupo negou ter tirado a roupa das crianças. De acordo com a delegada, os homens contaram que foram elas que tiraram as próprias roupas. No entanto, à polícia, os meninos disseram que foram os suspeitos que os deixaram nus.

O pai de duas das crianças disse que era comum seus filhos ficarem no local, o que foi confirmado pela mãe do outro menino.

O proprietário da adega foi autuado por tortura imprópria, por ter visto a cena e não ter contido outras pessoas. Ele pagou fiança de R$ 1.500 e foi liberado.

O adolescente foi encaminhado para a Fundação Casa. Oliveira e Dias passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva (sem prazo) decretada pela Justiça. O trio foi autuado por suspeita de tortura, crime não passível de fiança.

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