Descrição de chapéu Obituário Paulo Yossiyuki Oda (1951 - 2023)

Mortes: Agricultor e agente penitenciário, nunca abandonou o atletismo

Paulo Yossiyuki Oda superou as limitações da idade com força de vontade e preparação física

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São Paulo

Desde menino em Mirandópolis, a 592 km da capital paulista, Paulo Yossiyuki Oda sempre gostou de praticar esportes, principalmente o atletismo. No início, preferia a corrida, modalidade que disputou em competições amadoras durante os anos, mas também aprendeu outras de campo, como lançamentos de dardo e disco e arremesso de peso.

Com o passar dos anos, um problema crônico nos joelhos tirou sua mobilidade e ele passou a se dedicar mais aos lançamentos e arremessos nos torneios da Abam (Associação Brasileira de Atletismo Master) e da comunidade japonesa na capital paulista.

Seu ponto alto foi aos 63 anos, na disputa do Campeonato Mundial Master, em 2013, em Porto Alegre (RS), quando ficou em 11º na disputa do lançamento de dardo, com 33,60 m. No ranking da Abam dos melhores atletas do país entre 1989 e 2020, ele aparece em 5º na categoria M65 (de 65 a 69 anos) do arremesso de peso, com 10,24 m.

Paulo Yossiyuki Oda (1951 - 2023)
Paulo Yossiyuki Oda (1951 - 2023) - Reprodução/Facebook

O lado atleta reservava-se às horas vagas. Ainda menino, aos sete anos, ele passou a ajudar o pai na roça, com a enxada em punho. Trabalho que se tornou rotina a partir de então, mas sem negligenciar os estudos.

O gosto pelo esporte o levou a cursar a faculdade de Educação Física em Andradina (SP). Depois, graduou-se em pedagogia e psicopedagogia para dar aulas. Porém foi professor por pouco tempo, segundo a esposa, Vanete Silva, uma vez que a rotina no sítio dos pais demandava muito do tempo dele.

Aos 48 anos, resolveu mudar de vida e prestou concurso para agente de segurança penitenciária. Passou e assumiu o cargo na Penitenciária de Valparaíso, a 33 km de casa. Mas, devido à distância, pediu transferência para a Penitenciária Nestor Canoa de Mirandópolis, onde trabalhou nos últimos 23 anos.

Ele aproveitava os momentos livres para fazer exercícios, mesmo dentro da prisão, diz o colega Mário Américo Assis da Silva, que prestou o concurso com ele, em 1999, mesmo ano em que Paulo se casou com Vanete. O casal morava em um sítio na região, longe do agito da cidade.

Mesmo sem faltar um dia sequer ao serviço como agente de segurança, sempre encontrou tempo para o esporte. Levava tão a sério que, nos últimos anos, passou a ser treinado pelo preparador físico Alison Santos, também seu colega de trabalho na penitenciária e dono de uma academia.

"Acompanhei a trajetória e ajudei a otimizar o trabalho dele", afirma Alison. "Ele participava rotineiramente de competições da colônia japonesa em São Paulo e fazia lançamentos de peso, disco e dardo. Até pouco tempo atrás, ele conseguia correr, mas sofreu um problema sério no joelho e ele precisou parar."

Quando não estava trabalhando ou competindo, Paulo dedicava-se à pescaria.

"O Paulo era superprestativo e trabalhador. Com ele não tinha tempo ruim, mesmo quando estava cansado", conta Vanete.

Paulo morreu aos 71 anos, na última segunda (10), de uma parada cardíaca provocada por uma infecção generalizada. Poucos dias antes, ele fora submetido a uma cirurgia para desobstrução de uma veia no coração. Ele deixa a esposa e as enteadas Priscilla, Gisele e Samantha.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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