Descrição de chapéu Obituário Antônio João Boscolo (1940 - 2023)

Mortes: Dedicou 65 anos de sua vida ao jornalismo de Campinas

Antônio João Boscolo faleceu no último dia 9 de março na cidade do interior paulista

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Antônio João Boscolo dedicou 65 anos de sua vida ao jornalismo da cidade de Campinas, a 97 km da capital paulista. Entrou no jornal Correio Popular quando tinha apenas 17 anos. Passou por diversos cargos até tornar-se responsável pelo Centro de Documentação, a memória do jornal.

Aliás, Boscolo era considerado a própria memória do jornal. Virou uma figura maior que ele próprio. Era um patrimônio. Trabalhou com inúmeras gerações de jornalistas que passaram por aquele veículo durante décadas.

No trabalho, compilou incontáveis edições e fotografias que contam a história de transformação da cidade e região, os principais acontecimentos do mundo e a mudança comportamental da sociedade.

Antônio João Boscolo (1940 - 2023)
Antônio João Boscolo (1940 - 2023) - Arquivo Pessoal/Leandro Ferreira

Era figura fácil na redação, sempre puxando alguém para conversar, recordando algum caso ou uma história já publicada. Lembrava com facilidade de temas tratados pelo jornal antes do nascimento dos próprios jornalistas que pediam ajuda para recuperar as publicações.

"Ele entrou no jornal na época do linotipo [máquina de compor o jornal] ainda. Era da digitação, passou por vários cargos até chegar ao arquivo. Só ele conhecia o arquivo", diz José Benedito Teixeira, conhecido como Mococa, presidente do Sindicato dos Gráficos, e amigo de Boscolo, que era tesoureiro da instituição desde a década de 1980.

"Ele tinha uma personalidade forte, que dispensa comentários, mas era uma pessoa muito boa, sempre prestativo, pronto para ajudar", lembra o amigo.

Uma das principais características de Boscolo era o bom papo.

"Ao mesmo tempo que era ranzinza, ele gostava de conversar, era divertido também. Sentava e contava coisas de lá de trás, puxava tudo pela memória", diz.

Boscolo nasceu em Campinas e passou a vida toda na cidade. Tinha algumas paixões das quais não deixava ninguém falar mal: o jornal, a colônia de férias do sindicato na Praia Grande, e o time da Ponte Preta.

O arquivista era filho único e não teve filhos.

Exatamente pela falta de parentes, Boscolo era assistido pelo amigo do sindicato. Não tinha problemas sérios de saúde, mas nas últimas semanas estava abatido, tinha emagrecido e a locomoção já não era mais a mesma.

Ficava a maior parte do tempo sozinho porque a esposa foi internada em uma clínica de repouso por conta de um problema nas pernas durante a pandemia de Covid-19, que a impede de se locomover.

Boscolo foi encontrado morto em casa por Mococa, no último dia 9, após não responder as mensagens e ligações, sendo que fazia isso diariamente.

O sepultamento ocorreu no Cemitério da Saudade, no bairro Ponte Preta. Deixou a esposa, Avani de Oliveira Boscolo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.