Descrição de chapéu Obituário Judith Barbisan (1943 - 2023)

Mortes: Viveu em defesa da educação e do movimento sindical

Judith Barbisan atuou pelos direitos coletivos e foi inspiração para novos professores

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Curitiba

Nascida em Palmas, no Paraná, Judith Barbisan mudou-se ainda pequena com seus pais e cinco irmãos para Ponta Grossa, outra cidade paranaense. Lá, trabalhou de vendedora enquanto se preparava para o vestibular de letras/francês, no qual foi aprovada pela UFPG (Universidade Federal de Ponta Grossa). Começava ali uma carreira de amor pela educação e luta pelos direitos coletivos.

A pedagoga trabalhou como professora, orientadora, diretora e dirigente sindical, cargo que ocupou por décadas, mesmo após sua aposentadoria. Na APP-Sindicato, são vários os educadores para os quais foi inspiração.

"A professora Judith esteve em todas as lutas da nossa categoria, durante toda a sua vida. Ela engajou-se nas lutas da classe trabalhadora como um todo, participou do Conclat (Congresso Nacional da Classe Trabalhadora), em 1980, evento do qual surgiria a CUT (Central Única dos Trabalhadores)", lembra o colega Hermes Leão.

Judith Barbisan (1943 - 2023)
Judith Barbisan (1943 - 2023) - Arquivo pessoal

"Ela atingiu um alto nível de engajamento de consciência de classe, tornando-se um exemplo muito importante."

O amigo Idemar Beki conta que nunca viu ninguém com tamanha energia. "Era muito viva, vibrante, alegre, nos colocava pra frente, contagiava. E ela me ajudou muito na carreira de professor e dirigente sindical. Foi enriquecedor estar com ela."

Beki enfatiza que a educação era o que movia Judith. "Viveu isso a vida toda e continuou lutando com amor imenso pela educação e pelos estudantes até pouco antes de falecer."

Judith também se envolvia nos movimentos sociais, em ações voltadas a emprego e renda para mulheres, artesanato e fomento de pequenas empresas, conta o sobrinho Cirilo Barbisan.

Muito comunicativa e envolvida em seus desafios, ela era "festeira, gostava de estar sempre reunida com a família e adorava decorar a casa para as datas especiais", recorda Barbisan.

O sobrinho ressalta que a tia participava ativamente da militância, até meses atrás, pouco antes das eleições para presidente. "Ela foi para o hospital e lá militou, convencendo as enfermeiras a votar no Lula. Ela fez questão de votar no segundo turno."

Solteira, Judith deixa familiares e muitos amigos, alunos e admiradores de seu amor e luta pela educação. Morreu em 17 de março de 2023, às vésperas de completar 80 anos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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