Plano de Tarcísio contra ataque a escolas cria linha direta de professor com PM e segurança privada

Governo de SP também estuda contração de policiais aposentados para rondas

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São Paulo

Para tentar frear a escalada de pânico provocada por ameaças de ataques a escolas que circulam na internet, o governo paulista deverá anunciar nesta quinta-feira (13) um pacote de prevenção à violência na rede pública do estado.

Entre as medidas está a criação de uma linha direta entre o estabelecimento de ensino e a Polícia Militar, que possivelmente funcionará em conjunto com a central 190, o número de emergência da PM.

O governador Tarcísio de Freitas, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sobre 100 dias de governo
O governador Tarcísio de Freitas, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sobre 100 dias de governo - Reprodução/Governo do Estado de São Paulo

O objetivo é que o sistema exclusivamente dedicado a professores, diretores e outros profissionais de ensino permitam um contato mais rápido com equipes dedicadas ao patrulhamento das escolas, disse um membro do governo que conversou com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre o tema.

A contratação de empresas de segurança privada, com profissionais desarmados, também fazem parte da estratégia.

As medidas devem ser anunciadas durante um encontro virtual do governador com professores e diretores.

Ao falar diretamente com os profissionais de ensino, Tarcísio também tentará oferecer conforto e tranquilidade diante da proliferação de ameaças .

O governo pretende anunciar ainda a contratação de até 1.000 psicólogos que irão atuar nas escolas com histórico de episódios de violência ou que possuem maior presença de alunos de famílias em situação de vulnerabilidade social.

Esta medida atende, segundo o relato feito à Folha, à principal reivindicação de profissionais de educação para a prevenção da violência.

Ainda fora do pacote, mas já em estudo no governo, está a contração de policiais militares aposentados para rondas escolares.

Unidades de ensino das redes pública e privada em todo o país tiveram sua rotina alterada devido à publicações na internet, sobretudo em grupos de mensagens de pais de alunos e professores, de mensagens sobre possíveis ataques a escolas.

Professores relatam encontrar alunos chorando, pais buscando filhos na escola antes do horário e unidades de ensino que suspenderam atividades no pátio por medo de serem alvo de ataques.

Especialistas e órgãos de segurança, no entanto, dizem que o monitoramento dessas mensagens indica que a maioria delas têm como objetivo criar pânico.

O aumento das ameaças de atentados a escolas nas últimas semanas, logo após o ataque que resultou na morte de uma professora na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, tem levado autoridades e especialistas a alertar para o risco de que o caso inspire novas ondas de agressões.

O crime ocorreu na manhã de 27 de março, uma segunda-feira, na escola estadual Thomazia Montoro. Na própria data do atentado e nos quatro dias seguintes, a Polícia Civil registrou 279 ameaças ou suspeitas de possíveis planos de novos atentados a escolas em todo o estado.

Trata-se de um aumento expressivo no número de casos. De janeiro até o dia 26 de março, haviam sido registradas 82 ameaças do mesmo tipo —em média, quase sete casos por semana.

Há uma semana, quatro crianças foram assassinadas em uma escola infantil de Blumenau (SC). Investigadores apontam que o autor dos crimes agiu sozinho e escolheu o centro educacional de forma aleatória.

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