PUC tem abstenção de alunos em SP após boatos de possíveis ataques

Centro acadêmico do direito pede medidas de segurança e transparência nas informações; reitoria diz que está atenta

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São Paulo

A PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo teve alto número de alunos que faltaram às aulas nesta quarta-feira (12) em razão de boatos nas redes sociais que afirmavam que o local seria alvo de ataques criminosos.

A reportagem esteve no campus de Perdizes, na zona oeste da capital paulista, e apurou que grande parte dos alunos queria a suspensão das aulas, que foi descartada pela instituição. Houve reunião de centros acadêmicos com a direção da PUC-SP pedindo medidas efetivas de segurança. A universidade criou um canal para recebimento de denúncias, segundo estudantes.

A PUC-SP afirmou que suas atividades acadêmicas e administrativas estão normais nesta quarta, já que não recebeu qualquer tipo de ameaça, direta ou indireta, que colocasse em risco a integridade institucional.

Fachada da PUC-SP, que teve salas vazias nesta quarta-feira (12) em razão de boatos de ataques criminosos - Francisco Lima Neto/Folhapress

João Oliveira, estudante do primeiro ano de relações internacionais, disse que houve muitos boatos de ataque na universidade e que circulam nas redes uma pichação exaltando Hitler, com a frase "vamos matar todos em 12/04 seus lixos, #Hitler vive", e que ocorreriam massacres em diversas instituições de ensino.

"A reitoria avaliou que não tinha nenhum perigo especificamente para os alunos porque não foi aqui e não foi direcionado. Mas ainda assim muita gente faltou hoje, bastante gente não veio", disse.

Segundo o estudante, a sala dele tem 63 alunos, mas cerca de 20 compareceram nesta quarta.

"Os alunos pediram a suspensão das aulas, disseram que, se a reitoria não cancelasse as aulas, iria ter falta coletiva. Quando a reitoria anunciou que não ia ter suspensão das aulas, muita gente decidiu que não iria vir, mas teve aula normal", afirmou, contando que viu salas com apenas dois ou três alunos.

Victor Steiner, estudante de direito, disse que metade dos colegas de sala faltou.

"Na minha sala são uns 40 alunos, hoje só tinha uns 20. Rolaram bastantes boatos de que ia ter massacre aqui. Passaram em grupos da faculdade que ia ter tiroteio, falaram que tinha pessoas de grupos nazistas. Muitas pessoas faltaram por conta disso", contou.

Outros estudantes que preferiram falar sob anonimato disseram que houve alvoroço e que muitos colegas ficaram em pânico com a possibilidade de haver algum ataque criminoso.

O Centro Acadêmico 22 de Agosto, representante dos estudantes de direito, reuniu-se com a reitoria na terça (11) para tratar do assunto. Segundo a entidade, "houve averiguação de forças policiais investigativas na universidade" e não foram identificadas ameaças.

Segundo o órgão, a PUC-SP criou um canal exclusivo para recebimento de dúvidas, sugestões e suspeitas, pelo email comunique@pucsp.br.

A reitoria também teria, segundo o Centro Acadêmico, enviado uma mensagem institucional determinando que funcionários e alunos apresentem identificações, como carteira digital. Além disso, funcionários da segurança serão destacados para as portarias.

Os representantes dos alunos cobram que a universidade contrate e agentes de segurança especializados para as entradas do prédio e que faça boletins frequentes sobre eventuais ameaças.

A universidade afirmou que está atenta e, se necessário, tomará novas medidas cabíveis para resguardar a segurança de sua comunidade, formada por estudantes, professores e funcionários administrativos.


O QUE FAZER EM CASO DE AMEAÇA DE ATAQUE A ESCOLAS

  • Especialistas afirmam que ameaças não devem ser ignoradas. Por isso, é importante que os pais e escolas procurem a Polícia Civil e canais criados pelo Ministério da Justiça para denunciar qualquer tipo de ameaça

  • Não compartilhe mensagens, vídeos, fotos ou áudios com as ameaças

  • As autoridades precisam ser notificadas sobre qualquer tipo de ameaça, pois quem as produz ou compartilha também pode responder criminalmente

  • Pais, alunos e escolas devem manter diálogo estreito sobre alertas, receios e medidas adotadas. A transparência das ações é importante para aumentar a sensação de segurança

  • Fique atento e informe ao colégio qualquer mudança no comportamento dos alunos

COMO DENUNCIAR

  • Como parte da Operação Escola Segura, o Ministério da Justiça lançou um canal no site para que sejam denunciados sites, blogs e publicações nas redes sociais. O site para denúncia é o www.mj.gov.br/escolasegura
  • Em São Paulo, no caso de ameaça, é possível ligar para o 181, canal da polícia que permite que qualquer pessoa forneça à polícia informações sobre delitos e formas de violência, com garantia de anonimato
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