O sargento Claudio Henrique Frare Gouveia, 53, que na última segunda (15) matou dois colegas com tiros de fuzil em um batalhão da Polícia Militar em Salto (102 km de São Paulo), disse que cometeu o crime porque teve a vida destruída.
Gouveia matou o sargento Roberto da Silva e o capitão Josias Justi, superior de Gouveia e seu alvo principal, segundo testemunhas. Ele se entregou após o crime, e as declarações foram gravadas em vídeo feito na sequência.
As imagens foram gravadas logo após o crime, com o PM já algemado, e divulgadas pelo Fantástico, da TV Globo, na noite deste domingo (21).
"Não aguento mais. Não estou dormindo. Meu casamento acabou", diz Gouveia no vídeo, já algemado.
"Ele não devia ter destruído a minha vida, ele destruiu a minha vida. Então é isso aí, elas por elas. Esse é o motivo pelo qual aconteceu. Porque em nenhum momento ele voltou atrás e ninguém transferiu esse cara daqui. Então, eu não tenho o que fazer. Acabou. Se alguém quiser ouvir é isso aí, esse é o depoimento, tá bom? Muito obrigado."
Segundo o Fantástico, 15 testemunhas ouvidas na investigação relataram que Gouveia vinha reclamando das escalas de trabalho e se sentia perseguido pelo capitão Justi.
Antes do episódio, contudo, Gouveia era conhecido por seu comportamento gentil. Ele também costumava jogar hóquei e era instrutor de patinação.
Segundo a reportagem, Gouveia pode pegar até 60 anos de prisão se for condenado.
A PM não comentou o crime. As famílias das vítimas também não quiseram dar entrevista ao Fantástico, mas parentes de Justi enviaram uma nota na qual dizem que o capitão foi alvo de "barbárie" e que não deixarão que "falácias infundadas" manchem sua história.
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