Idosa cadeirante morre ao cair de ônibus em movimento no Rio; é a 2ª morte do tipo no ano

Vítima foi arremessada para fora quando a porta do coletivo se abriu em uma curva; caso semelhante ocorreu em fevereiro

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Rio de Janeiro

Uma idosa de 82 anos morreu depois de cair de um ônibus em movimento no Rio de Janeiro, neste domingo (14). Bernadete Augusto dos Santos, que era cadeirante, e a filha, Solange Pedro dos Santos, 48, foram lançadas para fora do coletivo após uma das portas se abrir em uma curva na avenida Brasil, no Caju, região central.

Elas foram socorridas e levadas para o hospital Souza Aguiar, também no centro. Bernadete sofreu hemorragia interna e politraumatismo e não resistiu aos ferimentos. A morte foi confirmada na noite de segunda (15), e a idosa será enterrada nesta quarta (17) no Cemitério do Caju. Solange teve alta na terça (16).

No dia 28 de fevereiro, outro acidente do tipo resultou na morte de uma mulher de 31 anos no Rio. Juliane Campelo da Silva Layana caiu de um ônibus após uma porta lateral do veículo se abrir durante uma curva numa rua da Gávea, zona sul. O caso ocorreu no chamado Metrô na Superfície.

Bernadete Augusto dos Santos, 82, que era cadeirante, morreu após ser arremessada de um ônibus na região central do Rio, na noite de domingo (14) - Reprodução/TV Globo

No caso mais recente, mãe e filha tinham saído do Centro de Tradições Nordestinas, conhecido como Feira de São Cristóvão, na zona norte do Rio, onde foram comemorar o Dia das Mães. O acidente ocorreu na volta para casa, por volta das 19h, em um ônibus da viação Brasolisboa, da linha 209 (Caju/Candelári a).

A Secretaria Municipal de Transportes disse que oficiou o consórcio responsável para que preste esclarecimentos sobre o caso e os procedimentos adotados.

O Rio Ônibus (sindicato das empresas de ônibus do Rio) afirmou que "a empresa lamenta o ocorrido e está em contato com a família. Sobre as causas do acidente, aguarda resultados de perícia técnica".

Parentes das vítimas, no entanto, afirmam que não foram procurados pela companhia e que a idosa morreu em decorrência de irregularidades mecânicas no ônibus.

O caso é investigado pela delegacia de São Cristóvão. Em nota, a Polícia Civil informou que realiza diligências para esclarecer as circunstâncias do acidente.

À Folha Altamir Soares Neto, neto de Bernadete e sobrinho de Solange, disse que o cinto de proteção para cadeirantes do ônibus não estava funcionando.

"Minha tia não conseguiu travar o cinto de segurança e seguiu a viagem segurando minha avó. Já a porta estava com defeito ou não estava fechada direito. Só que os ônibus têm o sensor de anjo que impede que as portas fiquem abertas. Ou seja, esse sensor também não estava ativado porque, por mais que elas batessem na porta no momento da queda, ela não deveria abrir", afirmou.

De acordo com o relato, a porta se abriu e as passageiras caíram na pista do canto, sentido zona oeste, próximo ao acesso para a ponte Rio-Niterói –um dos trechos mais movimentados da via. O neto de Bernadete disse que a queda ocorreu a 500 metros da entrada da comunidade onde moram, no Caju.

"Essa curva não é muito fechada, então, é comum que passem numa velocidade de 60 a 70 km/h ali. Você imagina uma senhora idosa, na cadeira de rodas, caindo de uma altura considerável, porque a porta de acesso para o cadeirante é alta", disse Altamir.

De acordo com a secretaria de transportes, no último ano, foram aplicadas aos consórcios cerca de 700 multas por má conservação e problemas nos equipamentos de acessibilidade. Ainda segundo a pasta, os veículos que apresentaram irregularidades foram lacrados.

MORTE EM SÃO PAULO

Em 26 de fevereiro, um idoso de 73 anos foi atropelado por um ônibus em São Paulo após ficar com o braço preso na porta no momento em que descia do veículo.

Dalcy Almeida Cangussu passou por cirurgia, mas morreu após quatro dias de internação. Segundo a filha do idoso, ele teve duas paradas cardíacas e não resistiu.

Testemunhas relataram que, antes do acidente, passageiro e motorista tiveram uma discussão porque o condutor não usava máscara de proteção contra a Covid, então obrigatória. O suspeito foi ouvido e confirmou a discussão, mas negou que o atropelamento tivesse sido proposital. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), o motorista vai responder por homicídio doloso consumado.

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