Descrição de chapéu Obituário Alcides Paranhos Junior (1938 - 2023)

Mortes: Generosidade e pioneirismo na segurança

Alcides Paranhos Junior trabalhou por mais de três décadas na Polícia Civil paulista

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São Paulo

De seus 85 anos, Alcides Paranhos Junior, conhecido como Paranhos, dedicou a maior parte deles à segurança pública e privada. Apesar de atuar nesse segmento, muitas vezes hostil, conservou a gentiliza e a bondade até o final.

Alcides nasceu no município de Pompeia, a 467 km de São Paulo, em 3 de janeiro de 1938, em uma família simples, e tinha sete irmãos. Aos sete anos, mudou-se com a família para a capital do estado.

A esposa Valderene Paranhos, os filhos Alexandre, Fábio, Paranhos e a filha Ligia - Arquivo Pessoal

Ainda jovem ingressou na Polícia Civil. "Ele fez concurso e ficou 38 anos na polícia. Foi investigador em várias delegacias de São Paulo", diz Alexandre Paranhos, 1 de seus 3 filhos com Valderene, com quem se casara em 1961.

A vida começou a mudar quando foi morar no Portal do Morumbi, que era novidade em 1976. O condomínio da zona oeste paulistana contava com várias diretorias. Alcides foi nomeado diretor de segurança, atividade não remunerada que exerceu até os últimos dias.

Alexandre conta que o pai localizou no condomínio, entre os moradores, Tommaso Buscetta, membro da máfia italiana.

"Ele alugou um apartamento do condomínio, como um morador normal. Mas meu pai identificou uma quantidade muito grande de visitas fora do padrão, em horário comercial, carros diferentes e começou a investigar, e no final era o mafioso. Ele foi preso, deportado e meu pai teve de ir para Nova York depor. É um caso bem curioso", lembra.

O italiano foi delator na Operação Mãos Limpas, que investigou esquemas de corrupção entre políticos e empresários na Itália.

Após a aposentadoria, conhecidos que se mudavam do Portal do Morumbi solicitavam uma consultoria informal a Alcides em suas novas moradias. Ele identificava brechas na parte física, no treinamento dos funcionários.

Os pedidos informais foram multiplicando, até que ele fundou o Grupo Pro Security.

"Isso foi em 1986. A empresa começou como consultoria, depois veio a estrutura física, treinamento. Hoje são mais de seis empresas voltadas para o seguimento condominial", diz o Alexandre.

O pai era uma pessoa generosa, acrescenta o filho. "Ele gostava de ajudar as pessoas, não só da família, mas as que estavam ao redor dele. Ele ensinou para gente a lealdade, valorizava muito isso. Ele ajudava não só financeiramente, mas ajudava as pessoas a se recolocarem. Pegava as pessoas que estavam meio desencaminhadas e colocava pra fazer alguma coisa. Tinha um olhar humano."

Paranhos morreu em 13 de maio, aos 85 anos, em decorrência de um tromboembolismo pulmonar e insuficiência hepática.

Deixou a esposa Valderene e os filhos Alexandre, Fabio e Lígia, além de três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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