Descrição de chapéu Obituário Arquidones Bites Leão Leite (1962 - 2023)

Mortes: Professor e militante, foi detido pela PF por chamar Bolsonaro de genocida

Arquidones Bites foi vereador pelo PT e torcedor do Atlético-GO

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São Paulo

Durante seus 60 anos, Arquidones Bites Leão Leite sempre levantou duas bandeiras: a do PT (Partido dos Trabalhadores) e a do Atlético-GO.

Formado em história, entrou para a militância política ainda cedo. Ao final do período militar, chegou inclusive a ser preso, sendo ameaçado de processo pela antiga Lei de Segurança Nacional.

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Arquidones Bites Leão Leite (1962-2023) - @arquidonesbites no Instagram

No PT desde o início da sigla, exerceu o cargo de secretário de movimentos populares do diretório do partido em Goiás —adorava a função.

Sua prioridade na política sempre foi a defesa da educação. Professor entusiasmado, levou seu bom humor, conhecimento profundo e questionamentos socráticos a salas de aula.

Arquidones foi vereador em Trindade, no interior goiano, por dois mandatos. O primeiro, entre 1989 e 1992, e o segundo, entre 1997 e 2000.

Em 2022, foi candidato a deputado federal pelo PT, mas não foi eleito e ficou como suplente.

Mas o momento mais célebre da vida do homem, segundo o próprio, ocorreu em 2021. Em maio daquele ano, Arquidones foi preso após circular por Trindade com um adesivo com a inscrição "Fora Bolsonaro Genocida", colocada no capô do carro.

Abordado pela Polícia Militar, lhe foi pedida a retirada do adesivo. Ele negou. Um dos agentes, então, recitou a Lei de Segurança Nacional e disse que iria enquadrar o professor por calúnia contra o então presidente.

O petista prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Goiânia e foi liberado, mas sua história ganhou notoriedade. Ele, como milhares de brasileiros, havia perdido familiares para a Covid.

Arquidones Bites Leão Leite morreu no último dia 30 de março. Ele estava há três dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Estadual de Trindade após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Os órgãos foram doados, atendendo desejo do professor.

"Grande exemplo de ser humano, você sempre será luz para quem procura caminhos da civilização, vá em paz, companheiro de lutas", diz Vilmar de Andrade, amigo de Arquidones.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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