Descrição de chapéu ataque a escola

Um mês após ataque, creche em Blumenau (SC) realiza ato com pedido por paz

Participantes se reuniram ao redor de árvore e soltaram balões na Cantinho Bom Pastor em homenagem às quatro crianças mortas

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Blumenau (SC)

Crianças e funcionários da creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), realizaram ato pela paz na manhã desta sexta-feira (5), um mês após a morte de quatro crianças em um ataque no local.

Os participantes amarraram fitas de cetim branca na árvore que fica no pátio externo da escola. Lá, as vítimas participavam de uma roda de conversa sobre a Páscoa quando alunos e professores foram surpreendidos pelo ataque no último 5 de abril. A árvore recebeu um abraço coletivo hoje e foi batizada: Árvore da Paz.

Homenagem a vítimas de ataque na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC); o atentado que vitimou quatro crianças completa um mês nesta sexta-feira (5) - Fábio Monteiro /Fotoarena/Folhapress

Em referência aos 14 anos de funcionamento da escola, a serem completados no próximo dia 12 de maio, 14 balões brancos também foram soltos, sob muitos aplausos dos pequenos. O mesmo ato foi realizado à tarde.

Os participantes vestiam uma camiseta branca com palavra "paz" e a figura de um anjo. A camiseta também está sendo vendida pela escola infantil nas redes sociais. O valor arrecadado deve ser investido na reforma do espaço.

A ideia é modificar todo o lugar. O muro da escola já está mais alto —tinha quase 1,70 metro e agora tem 2,90 metros— e ganhou nova pintura. Na parte interna, o papel de parede do corredor principal também foi trocado, assim como as cortinas. No pátio externo, havia um parquinho com brinquedos, mas eles foram retirados após o atentado.

A quantidade de mudanças surpreendeu a filha de Fernanda Leal. A menina tem 5 anos e está matriculada na creche desde o ano passado.

"Quando ela voltou, foi um baque porque tudo mudou. A escola estava sem parque, tava mudada por dentro", relata a mãe. "A gente sabe que o episódio não vai ser apagado da mente de quem viu. Mas a gente se mobilizou para mudar o cenário", continua.

Outro filho de Fernanda, hoje com 12 anos, também esteve matriculado no Cantinho Bom Pastor quando mais novo. "Conheço a escola há bastante tempo. [O ataque] Foi muito traumatizante para todo mundo. Deu medo realmente. Mas em nenhum momento consideramos tirar nossa filha. A escola não tem culpa do que aconteceu", diz ela.

Após o episódio, a creche já recebeu seis novas matrículas, segundo a direção. Uma delas é a filha de 6 anos da diarista Sueli Feiber. A família se mudou recentemente para o bairro Velha, onde fica a unidade.

Como tantos outros frequentadores do espaço, a filha de Sueli vai para o Cantinho Bom Pastor pela manhã. À tarde, segue para o CEI (Centro de Educação Infantil) Alberto Stein, da rede pública. O Alberto Stein fica próximo à creche. Funcionários do Cantinho fazem rotineiramente o percurso a pé para levar ou pegar as crianças matriculadas nos dois lugares.

"Ela está gostando muito, está sendo bem atendida. Nunca pensamos em desistir da matrícula. O que aconteceu aqui poderia ter acontecido em qualquer lugar. Ninguém tem culpa. Ele poderia ter entrado em qualquer lugar para fazer uma loucura do tipo", declara a diarista.

Desde o episódio, mais de 20 crianças (dentre mais de 200) foram retiradas da creche. Já entre os mais de 20 funcionários, quatro pediram demissão e dois seguem afastados temporariamente para tratamento psicológico. Pais, filhos e funcionários estão sendo acompanhados por psicólogas ligadas à Prefeitura de Blumenau.

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