Descrição de chapéu Folhajus

Justiça pede imagens de câmeras corporais de PMs que amarraram homem negro em SP

Material deve ser enviado em até cinco dias para Justiça Militar e Corregedoria, que investigam conduta dos policiais

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São Paulo

A Justiça de São Paulo solicitou acesso às imagens das câmeras corporais dos policiais militares que amarraram os pés e as mãos de um homem negro detido por suspeita de furto na capital paulista. O material deve ser enviado à Justiça Militar e à Corregedoria da PM (Polícia Militar) em até cinco dias, contados a partir desta segunda-feira (12).

O homem, de 32 anos, está preso preventivamente desde o último dia 5, quando passou por audiência de custódia. O advogado que representa o suspeito chegou a ingressar com pedido de liberdade no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), mas o habeas corpus foi negado no sábado (10). O juiz de plantão argumentou que ele é reincidente no crime de roubo e reagiu à prisão.

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PMs de São Paulo carregam homem amarrado pelos pés e mãos - Reprodução

Em vídeo que circulou nas redes sociais, o homem aparece gritando enquanto é arrastado pelos policiais, e depois colocado na parte de trás de uma viatura. As imagens foram registradas em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Mariana, zona sul de São Paulo.

Os PMs envolvidos no caso disseram que amarraram o suspeito porque ele teria resistido à abordagem e os ameaçado.

Em entrevista à Folha, o advogado José Luiz de Oliveira Lima, que defende o suspeito, disse que ele teria furtado comida para se alimentar. O homem carregava duas caixas de chocolate quando foi abordado pelos policiais.

Nesta segunda, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, foi questionado sobre o procedimento adotado pelos policiais para imobilizar o homem. "Houve abuso policial? Eu não sei, é a investigação que vai definir se houve ou não", afirmou.

Derrite mencionou ainda o relato de testemunhas que teriam visto o homem "indo pra cima dos policiais" mesmo algemado.

"Eu não estou dizendo aqui que foi ou não foi correta a maneira como eles imobilizaram e conduziram aquele indivíduo. Estou dizendo que cada caso é um caso, e teremos uma investigação", acrescentou o secretário. Derrite disse também que solicitou imagens de câmeras de uma igreja que podem ter registrado o momento da abordagem.

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