Valor para alargar praia de Jurerê é reduzido após decisão do Tribunal de Contas de SC

Prefeitura de Florianópolis cortou R$ 3 milhões do custo final após TCE julgar estimativa inicial 'desembolso desnecessário'

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Fábio Bispo
Florianópolis

A Prefeitura de Florianópolis decidiu refazer o edital de licitação da obra para aumento da faixa de areia na praia de Jurerê Internacional, no norte da ilha de Santa Catarina. O corte de R$ 3 milhões ocorreu após o TCE (Tribunal de Contas do Estado) considerar um "desembolso desnecessário" de R$ 6 milhões em razão dos cálculos adotados para mobilização de dragas e embarcações acima dos indicados para este tipo de obra.

Depois de a vizinha Balneário Camboriú decidir expandir a faixa de areia na praia Central, também as praias de Canasvieiras e a praia dos Ingleses, na capital do estado, passam por ampliação.

imagem aérea de praia com prédios
Imagem aérea da praia de Jurerê, em Santa Catarina, que deve ser algo de projeto de alargamento da faixa de areia - Alexandre/Stock Adobe

O novo edital prevê um custo estimado de R$ 24,9 milhões, e vai passar por nova análise do tribunal catarinense.

O aumento da faixa de areia vai incluir os dois trechos da praia, tanto a badalada Jurerê Internacional, conhecido pelas mansões e a presença de famosos no verão, como o lado da praia conhecido como Jurerê Tradicional, passarão pela obra de alargamento.

O tribunal catarinense também aponta fracionamento indevido para o alargamento de duas praias que são próximas e usariam a mesma estrutura para obra, o que reduziria ainda mais esses custos superestimados. O resultado do novo edital deve ser anunciado em agosto, com obras em dezembro.

Em janeiro, o município iniciou o alargamento da praia de Ingleses, que está em fase de conclusão e já custou R$ 20 milhões aos cofres públicos.

Após decisão cautelar (espécie de liminar) do TCE, o município decidiu rever o edital para a praia de Jurerê.

Na decisão de março, o conselheiro Gerson Sicca afirmou que os editais estavam em desacordo com o princípio da economicidade e ocasionariam contratação antieconômica.

"Vislumbro a ocorrência de fracionamento indevido de licitação, com o possível desembolso desnecessário de até R$ 6.329.661,73, com valor de mobilização dos equipamentos, valor que, em tese, não oneraria o erário público caso um único edital houvesse previsto as duas obras", diz trecho da decisão.

O secretário de Infraestrutura de Florianópolis, Rafael Hahne, disse à Folha que o novo cálculo do edital considerou os apontamentos do TCE, principalmente sobre custos e distância dos equipamentos embarcados, como a própria draga que vai retirar material do fundo do mar a um quilômetro da orla da praia.

Segundo Hahne, se tudo ocorrer como esperado, o alargamento de Jurerê deve iniciar em dezembro deste ano, no início da temporada de verão.

"Nós estivemos com os técnicos do tribunal para entender melhor as questões técnicas e os argumentos deles", afirmou o secretário.

As megaobras para alargamento de praias em Santa Catarina contratadas por prefeituras é algo recente e teve como primeira experiência o projeto de Balneário Camboriú, no litoral norte do estado, executado entre dezembro e março de 2021.

Em março deste ano, um trecho do alargamento já havia perdido 70 metros de areia em razão de uma erosão marítima.

A praia, que nesse local tinha 180 metros após a obra, nos últimos dois anos passou para 110 metros. O município alega que a redução estava prevista, mas que a erosão se tornou contínua. Uma nova obra será contratada para conter a erosão.

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