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Justiça torna mãe e filho réus por injúria racial e ameaça contra Eddy Jr.

OUTRO LADO: Defesa de vizinha que chamou humorista de macaco já declarou que só se manifestaria no processo; caso ocorreu em outubro

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São Paulo

A Justiça de São Paulo tornou réus a aposentada Elisabeth Morrone, 69, e o filho dela, Marcus Vinicius Morrone Sartori, 36, sob acusação de ameaça e injúria racial contra o humorista Eddy Jr.

A Folha procurou o advogado deles, mas até a publicação da reportagem não obteve resposta. Nas outras ocasiões em que foi procurada, a defesa afirmou que se manifestaria apenas no processo.

Ambos foram denunciados no mês de maio pelo Ministério Público de São Paulo. Em outubro de 2022, a mulher foi flagrada em vídeo proferindo insultos racistas contra o humorista.

O músico e humorista Eddy Júnior foi alvo de ataques racistas, segundo postado pelo próprio artista, em suas redes sociais - instagram

A decisão é do juiz Fernando Augusto Andrade Conceição. O caso aconteceu em um condomínio onde eles moravam na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

O artista divulgou em suas redes sociais vídeos que mostram Morrone chamando-o de macaco. Ela também teria se negado a entrar no elevador ao lado dele.

Um mês após o ataque, a aposentada foi à Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) e entregou uma declaração que afirma que chamou a vítima de macaco, além de fazer outras ofensas, por estar sob efeito de medicamentos.

Na denúncia apresentada à Justiça, a promotora Maria Fernanda Balsalobre Pinto, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância do Ministério Público paulista, pede que se fixe indenização mínima ao humorista por dano moral.

"Trata-se de conduta criminosa que produz gravíssimos e deletérios efeitos no corpo social brasileiro, abrindo uma vez mais, como disse Darcy Ribeiro em 'O Povo Brasileiro', 'a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista', escreveu a promotora.

De acordo com o humorista, a perseguição a ele começou em abril de 2022. Eddy chegou a registrar um boletim de ocorrência contra a aposentada e o filho dela em 7 de setembro. No documento, relatou ter sido ameaçado por ambos.

Em seu depoimento, Eddy afirmou que, em 18 de outubro, desceu para passear com sua cachorra e, ao sair do elevador, deparou-se com Morrone, que começou a ofendê-lo.

Segundo o registro policial, ela teria dito: "Seu neguinho, urubu, seu demônio preto, vagabundo, seu macaco, bandido, ladrão você está me seguindo". Parte das ofensas foi gravada pelo humorista.

A moradora já vinha acusando o vizinho de invadir o apartamento dela e de roubar objetos. Essas denúncias, porém, foram desmentidas pelo condomínio, segundo o advogado Diego Basse, que representa a administração do prédio.

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