Eddy Jr diz que agrediu homem que o ameaçou após vê-lo pela primeira vez

Humorista postou vídeo da agressão; vítima é filho de vizinha investigada por ofensas racistas, e caso foi registrado como lesão corporal e ameaça

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São Paulo

O músico e humorista Eddy Jr, 27, que em outubro sofreu ofensas racistas de uma vizinha e do filho dela, no condomínio onde mora, em São Paulo, usou as redes sociais para dizer que agrediu o homem de 36 anos nesta quinta (22), no primeiro encontro que tiveram desde que o caso veio a público.

Eddy Jr divulgou imagens da agressão nas redes sociais. Ele afirmou que a atitude não foi correta, mas que foi uma "reação" ao que sofreu.

A vizinha, Elisabeth Morrone, 69, e o filho, que não teve o nome divulgado, registraram um boletim de ocorrência de lesão corporal e ameaça, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

O músico Eddy Jr foi alvo de ataques racistas no condomínio em que mora - @oficialeddy no instagram

As imagens divulgadas por Eddy mostram que ele encontrou mãe e filho na rua. O humorista se aproxima da dupla e começa a reclamar das ofensas que recebeu da vizinha e também das ameaças que sofreu do filho dela, que chegou a ir até a porta de seu apartamento com uma faca.

Eddy então pede a alguém que segure sua cachorra e desfere golpes no rosto do homem, que em alguns momentos revida com chutes e com um guarda-chuva.

Em outros vídeos que compartilhou nas redes sociais, o humorista dá sua versão do episódio.

"É isso, reação. Eles tiveram a ação deles naquele dia e hoje, a primeira vez que eu trombei, eu tive a minha reação. Nunca tinha encontrado com eles depois de tudo o que aconteceu. O mano me ameaçou de morte, veio na minha casa com uma faca me matar, aí hoje foi a primeira vez que eu encontrei com os dois aqui na porta do condomínio", disse. "Eles foram para a delegacia", acrescentou.

O artista ainda afirmou que foi criticado pela atitude.

"Muita gente dizendo que eu estou errado, que o moleque é doente. Não tem essa, os dois cometeram um crime contra mim e estão morando aqui [no mesmo condomínio] de boa, tranquilos e calmos. Eu posso estar errado e está tudo bem estar errado, mas foi minha reação."

Eddy ainda disse que acionou sua defesa e tentou justificar as agressões.

"Minha advogada já está com os vídeos. Vocês não têm ideia do que eu pensei na hora que vi os dois, o sentimento na hora que eu vi os dois, a história que passou na minha cabeça."

Segundo a SSP, as agressões aconteceram por volta das 15h desta quinta-feira, na avenida Thomas Edison, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. O homem e a mãe estiveram no 23º DP (Perdizes), onde o caso foi registrado como lesão corporal e ameaça. Também foi solicitado exame de corpo de delito para o filho da vizinha.

O advogado Fermison Guzman Moreira Heredia, que defende Elisabeth Morrone e o filho dela, disse que só se manifestará nos autos da investigação.

Eddy foi contatado via rede social e também por e-mail, mas não respondeu à reportagem.

Entenda o caso

Em outubro, Eddy divulgou vídeos que mostram Elisabeth Morrone ofendendo o artista dentro do condomínio em que moram, na Barra Funda. Ela diz coisas como "cai fora, macaco" e "imundo".

"Macaco, imundo, feio, urubu, neguinho, um perigoso que não merece morar aqui, uma pessoa que oferece riscos para os moradores desse condomínio, foi isso tudo que eu tive que ouvir por ser preto", escreveu Eddy ao compartilhar o vídeo.

Segundo ele, os problemas com a vizinha começaram em abril, quando ela passou a reclamar que ele fazia muito barulho —algo que ele nega.

No dia 7 de setembro, o humorista relatou que o filho da aposentada o ameaçou. Imagens de uma câmera de monitoramento mostram o homem segurando uma faca em frente à porta do apartamento de Eddy, que não estava em casa naquele momento.

No final de outubro, a pedido da polícia, a Justiça determinou que Elisabeth não se aproximasse nem mantivesse qualquer tipo de contato com o humorista. Além disso, ela passou a ser investigada pelo governo paulista por violar a lei estadual que prevê punição administrativa em casos de discriminação racial e, se for considerada culpada, poderá ser multada em até R$ 95 mil.

A aposentada também foi multada em R$ 4.500 e pode ser expulsa do condomínio.

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