Tribunal de Contas emite alerta por falta de equipamentos e superlotação no Hospital Campo Limpo

OUTRO LADO: Prefeitura de SP promete nova máquina de ressonância para o fim do mês e diz que fará apuração sobre abastecimento de insumos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O TCM (Tribunal de Contas do Município) emitiu um alerta nesta quarta-feira (12) um alerta sobre o Hospital Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, por causa da falta de materiais de trabalho, falta de médicos, superlotação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal e da falta de um aparelho de ressonância magnética, que está quebrado há quase um ano.

A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) terá 30 dias para apresentar um plano para a reposição do aparelho de ressonância e, no mesmo prazo, normalizar o quadro de profissionais e o estoque de insumos. O alerta dos conselheiros ocorre após o tribunal fazer uma inspeção no hospital na semana passada.

Em maio, a Folha mostrou que o equipamento está quebrado desde agosto do ano passado. Cerca de mil ressonâncias eram realizadas por mês quando a máquina estava funcionando, segundo estimativa do conselho gestor do hospital.

0
O Hospital do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo - Zanone Fraissat - 18.mar.2021/Folhapress

A unidade do Campo Limpo é a principal referência para casos de traumas provocados, entre outros, por acidentes de trânsito, domésticos e de trabalho, e atende 670 mil pessoas da região sul. A reportagem ouviu pessoas que aguardavam há cerca de um ano pelo exame.

Exames têm sido feitos em outros hospitais, como o de Parelheiros, que fica a 20 quilômetros do Hospital do Campo Limpo. Segundo o TCM, os pacientes precisam usar UTIs móveis que chegam a ficar reservadas por até cinco horas para cada pessoa, por causa do tempo de deslocamento e de espera.

Na vistoria, o auditores do tribunal também encontraram problemas como a superlotação de 150% na UTI Neonatal e estoques zerados de quase 25% dos materiais de trabalho. "Os principais problemas são a ausência de fios para sutura de cortes depois de cirurgias, protetores sintéticos para a esterilização de equipamentos cirúrgicos e aparelhos de barbear, usados para preparar a pele para procedimentos", informou o TCM.

Na última sexta-feira, o hospital tinha 430 pacientes para 310 leitos, o que fazia com que alguns fossem alojados em macas.

Questionada, a prefeitura disse, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, que a entrega do aparelho de ressonância magnética está prevista para o dia 28 deste mês. "O cronograma para a implantação do novo aparelho envolve a retirada da máquina antiga, adequações estruturais e elétricas na sala, reforço no piso, desmagnetização da sala, quebra de uma das paredes para a retirada do aparelho, descarte responsável do equipamento, entre outros, até os testes finais após a chegada da nova ressonância", diz a pasta.

Além disso, a gestão municipal diz que uma licitação para a compra de quatro novos aparelhos de ressonância magnética para hospitais municipais está em andamento. A prefeitura diz que todos os pacientes que necessitam do exame estão sendo atendidos em outras unidades.

Segundo a secretaria, o Hospital Campo Limpo está abastecido com os insumos necessários desde a última sexta-feira. O órgão diz que uma apuração interna vai verificar se houve uma falta pontual desses itens e se há problemas no reabastecimento. A secretaria não se posicionou sobre a superlotação e a falta de médicos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.