Alunos usam guarda-chuvas dentro de sala de aula no RJ

OUTRO LADO: Prefeitura de Duque de Caxias diz que vai reformar telhado e que Defesa Civil concluiu que não há riscos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Alunos de uma escola municipal de Duque de Caxias (a cerca de 20 km do Rio de Janeiro) precisam abrir guarda-chuvas dentro da sala de aula para não serem molhados.

O problema ocorre na escola municipal Professora Maria de Araújo da Silva, no bairro da Taquara, perto da serra de Petrópolis. A estrutura da escola também tem problemas na parte elétrica. Mães afirmam que alunos já tomaram choque ao usar os bebedouros e mexer em maçanetas.

Crianças, com rosto borrado, sentadas em carteiras. Elas seguram sobre suas cabeças guarda-chuvas de cores diversas. Há um guarda-chuva rosa, outro em tons de azul, outro em tons de marrom e um outro vermelho. No fundo, uma mulher, professora, em pé, olhando em direção às crianças. As paredes da sala de aula são pintadas em azul e branco
Alunos abrem guarda-chuvas para se proteger dentro de sala de aula de escola municipal em Duque de Caxias (RJ) - Leitor

A escola, com pouco mais de 500 matriculados, é a única da região que recebe alunos até o 9° ano.
A Prefeitura de Duque de Caxias afirmou que a escola foi vistoriada pela Defesa Civil do município na última semana e que o órgão declarou que a "infraestrutura não oferece risco". A gestão municipal disse ainda que iniciou reformas no local nesta segunda-feira (21).

"Uma equipe da manutenção das escolas da Secretaria Municipal de Obras está cuidando da parte elétrica da instituição de ensino e começou a obra de recuperação do telhado e de reforma da cisterna", afirmou o município, em nota.

Veridiana Devesa tem dois filhos, de 14 e 10 anos, matriculados na escola municipal, e diz temer uma tragédia.

"O teto está desabando. Há rachaduras que promovem a entrada de toda essa água. Estamos no pé da serra, então às vezes chove até granizo. Pode acontecer algo pior quando o verão chegar, porque as chuvas aumentam", afirma ela, que participa do conselho de pais e alunos da instituição.

Estrutura externa de um imóvel. Ligação entre a parede lateral e o teto. Ela está pintada de branco e tem uma rachadura em uma das ligações. No fundo, céu azul
Teto de escola em Duque de Caxiias (RJ) tem rachaduras. Prefeitura diz que Defesa Civil municipal não vê riscos, mas que irá reformar unidade de ensino - Leitor

Além do teto e do fornecimento de energia, a escola também tem problemas externos. Parte de um muro está tombada e placas de concreto da cisterna estão quebradas. O terreno é o espaço de recreação dos alunos. Os pais temem acidentes e dizem que a estrutura impossibilita a realização de atividades físicas.

"A quadra de futebol é desenhada no quadro e as crianças aprendem assim. Não tem futebol na prática", diz Veridiana.

A prefeitura afirmou que o terreno da escola está sendo avaliado para a construção de uma quadra.

Renata Roseo, coordenadora do Sepe-Caxias (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação de Duque de Caxias) afirma que problemas estruturais se repetem em outras escolas do município.

Corredor de escola municipal em Duque de Caxias (RJ) molhado após chuva - Leitor

A rede municipal de ensino de Duque de Caxias tem 188 escolas e cerca de 75 mil alunos.

"As escolas municipais de Caxias são variadas em tamanho e formato. Algumas são em prédios alugados de escolas antigas. Algumas escolas não têm ar-condicionado por conta da carga elétrica, pois são em imóveis velhos e sem manutenção", diz Renata.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.